O deputado eleito pelo círculo da Europa realizou entre sexta-feira e hoje encontros com representantes da comunidade portuguesa na Córsega e autarcas de Ajaccio (onde funcionava o posto consular) e de Porto Vecchio, onde reside o maior número de portugueses.
Segundo o deputado, o posto consular foi encerrado devido à reforma da funcionária, mantendo-se agora uma permanência consular, com funcionários do consulado de Marselha, que funcionou este fim de semana, com "muitas filas" à porta.
"Não é aceitável que o Governo português tome uma decisão que coloca em tantas dificuldades" os portugueses, que vão sofrer "um transtorno absurdo", criticou Paulo Pisco, em declarações à Lusa.
O socialista disse que entre a comunidade portuguesa -- que as autoridades locais estimam em 20 a 25 mil pessoas -- o sentimento é de "abandono, preocupação e apreensão".
O encerramento do posto obriga os portugueses a deslocarem-se a Marselha, o que causa "grandes prejuízos à comunidade e também à própria economia da Córsega, por causa do número de dias de trabalho perdidos para resolver problemas administrativos", disse Pisco.
Nesta situação, os emigrantes "terão de pagar os atos consulares mais caros do Mundo, gastando perto de 500 euros para conseguir obter documentos", exemplificou, alertando ainda que em caso de caducidade dos documentos de identificação "as pessoas ficam presas na ilha".
Para Paulo Pisco, o argumento económico "não tem validade" porque o posto consular "paga-se a si próprio".
O deputado considera que a permanência consular, uma vez por mês, "não é alternativa", lembrando que mesmo o consulado em Marselha "está sem funcionários" suficientes e o tempo de espera para tratar dos assuntos já passou de uma para duas semanas.
Os portugueses são a maior comunidade estrangeira na Córsega, onde existe uma "emigração portuguesa recente, que praticamente duplicou desde que abriu o posto, em 2005".
Por parte dos autarcas da ilha, Paulo Pisco diz ter recebido a garantia de que "tudo farão para sensibilizar as autoridades portuguesas e francesas" para que o posto consular seja reaberto.
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