por Nuno Carregueiro | nc@negocios.pt
O Banco de Portugal alertou esta terça-feira, no Boletim de Outono, que o aumento da emigração jovem é preocupante para a economia portuguesa, tal como a subida do desemprego de longa duração.
"A emigração de indivíduos jovens, tipicamente com capital humano superior à média, constitui um traço adverso do actual processo de ajustamento da economia portuguesa, constituindo um importante factor limitativo do potencial de crescimento", adverte o Banco de Portugal.
Outra preocupação que salta à vista no relatório do Banco de Portugal está relacionada com o desemprego de longa duração, que "atinge já 60% do total de desempregados".
"O crescimento expressivo do desemprego de longa duração é um dos elementos mais preocupantes da evolução recente do mercado de trabalho português, sendo um dos reflexos da segmentação deste mercado", adverte o Banco de Portugal.
Constatando que "as condições no mercado de trabalho continuaram a deteriorar-se no primeiro semestre de 2013", o Banco de Portugal nota que a "queda significativa" do emprego e o aumento da taxa de desemprego ocorreu em simultâneo com uma "descida significativa da população activa e uma redução da população residente, com especial incidência nos segmentos mais jovens, que se caracterizam por qualificações mais elevadas e maior mobilidade".
A taxa de desemprego no primeiro semestre do ano ficou nos 17,1% da população activa, uma percentagem que dispara para os 24,6% na faixa entre os 15 e os 34 anos.
"O mercado de trabalho desempenha um papel fundamental na afectação eficiente do capital humano, pelo que o seu bom funcionamento e fluidez constituem uma condição necessária para uma reorganização mais rápida do sector produtivo e para uma redução sustentada do desemprego", acrescenta.
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