"Já tinha tido a oportunidade de ter consciência disso nos contactos que
fiz, na passada semana, com algumas escolas - as autoridades francesas,
na área da educação, neste momento, privilegiam claramente o inglês em
relação a outras línguas", constatou em declarações à agência Lusa.
O
deputado do PSD eleito pelo Círculo da Europa reuniu-se este mês em
Paris, com a coordenadora do ensino de língua portuguesa em França,
Maria Adelaide Cristóvão, com o objetivo de avaliar as condições de
abertura do ano letivo.
Carlos Alberto Gonçalves confirmou "uma
ligeira descida do número de inscrições" que, afirma, deve dever-se ao
facto de ser "necessária uma pré-inscrição na plataforma do (instituto)
Camões para os cursos". "Houve um teste feito no ano letivo anterior",
afirmou o deputado, que considerou que esta é uma fase de "consolidação
que pode ser muito importante para o ensino de português no
estrangeiro".
Com o novo processo os encarregados de educação têm
acesso à plataforma do instituto Camões, o que lhes permite aceder aos
programas dos alunos e dos professores, assim como aos sumários das
aulas. "Vai haver um acompanhamento muito próximo dos pais em relação
aos seus filhos no que diz respeito à língua portuguesa", acrescentou.
Carlos
Gonçalves disse acreditar ainda que esta proximidade "e este
estreitamento da ligação entre os encarregados de educação, os
professores, a escola e os alunos vai ser uma interação que poderá
beneficiar de forma clara o interesse pela língua portuguesa".
Em
relação às críticas do Sindicato dos Professores das Comunidades
Lusíadas (SPCL),no início de agosto sobre os atrasos na definição da
rede de ensino de português no estrangeiro para o presente ano letivo, o
deputado admitiu que "a questão das aberturas dos anos letivos
diferenciadas de país para país cria sempre alguns problemas".
Em
nota, o SPCL disse no início de agosto que numa altura em que o ano
letivo já tinha começado em alguns estados da Alemanha e estava prestes a
começar na maioria dos cantões da Suíça (a 11 de agosto,) a rede de
cursos ainda não tinha sido publicada em Diário da República.
Carlos Gonçalves realçou que "no passado esse tipo de comunicados não podia existir porque não havia sequer programas".
"Vi
coisas perfeitamente inacreditáveis há uns anos atrás em relação ao
ensino de português no estrangeiro, quando os professores estavam
entregues a si próprios. Nós não nos podemos esquecer disto", realçou o
deputado, que disse considerar, no entanto, "fundamental" que o
sindicato levante este tipo de questões.
Depois da reunião com a
coordenadora do ensino de língua portuguesa em França, o deputado
considerou que "estão criadas condições para que este segundo ano de
consolidação do novo processo do ensino do português no estrangeiro
possa correr da melhor forma, para que no futuro seja possível ainda,
não só eventualmente alargar a rede, mas também criar ainda melhores
condições para um ensino de qualidade".
Mundo Português, aqui.