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Sindicalistas lusófonos admitem que há sectores críticos da emigração portuguesa
2013-09-20
"Trazem 'know-how' que não existe e falam a mesma língua, o que é muito importante, uma vez que o relacionamento de técnicos estrangeiros com angolanos e moçambicanos é muito difícil"

O presidente de uma associação de sindicatos lusófonos admitiu hoje que em Angola e Moçambique há quem considere que o aumento da emigração portuguesa rouba postos de trabalho, mas enalteceu as vantagens da emigração de portugueses para esses países.

"Há inquietação de alguns setores que pensam que os trabalhadores portugueses estão a tirar postos de trabalho aos moçambicanos e angolanos, mas também existem vozes bem fortes a dizer que é bom o facto de trabalhadores portugueses estarem a ir para esses países, porque são uma mais-valia para o desenvolvimento económico", disse à Lusa o presidente da Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa, Alexandre Munguambe, à margem de um encontro promovido pela CGTP, em Lisboa.

"Trazem 'know-how' que não existe e falam a mesma língua, o que é muito importante, uma vez que o relacionamento de técnicos estrangeiros com angolanos e moçambicanos é muito difícil", vincou o responsável.

Questionado sobre quais são os setores que manifestam mais reservas ao aumento da emigração portuguesa para esses países, Munguambe respondeu: "Temos uma participação bastante assinalável na área de construção civil, na área formativa, temos muitos professores portugueses nas faculdades e no ensino técnico e profissional, e na informática, são esses os setores onde há mais mão-de-obra portuguesa".

O responsável sublinhou o seu apoio à movimentação de trabalhadores no espaço lusófono, considerando que isso configura uma mais-valia, principalmente no caso da emigração portuguesa para outros países com a mesma língua.

De resto, acrescentou que o aumento da emigração portuguesa, ligada ao aumento do desemprego em Portugal e à crise económica que o país atravessa, é uma oportunidade que deve ser acolhida pelos outros países, uma vez que "precisamos da tecnologia, há técnicos que são formados com fundos públicos portugueses, que a sociedade suportou, e que depois vão trabalhar nos nossos países sem os encargos na formação desses técnicos".

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa

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