A situação foi denunciada à agência Lusa por um dos 106 portugueses contratados para uma obra em Aston, Birmingham, e confirmada pelo secretário de Estado das Comunidades.
De acordo com José Cesário, a embaixada de Portugal contactou hoje com o grupo de portugueses e, em conjunto com o Governo, está a seguir a situação e a contactar a empresa que os contratou.
Contactado pela Lusa, Rui Vidal, que diz estar a desempenhar as funções de supervisor e de intermediário entre a empresa e os trabalhadores, admitiu que houve alterações ao projeto inicial devido a exigências das autoridades locais para mais trabalhos de preparação, nomeadamente geológicos e de identificação de amianto.
Por esta razão, explicou, o contrato de trabalho terá de ser alterado, o que não foi aceite por todos, mas garante que "a maioria está do lado do patronato".
Os que não estiverem satisfeitos "serão pagos hoje ao final do dia" e preparado o regresso a Portugal.
O trabalhador português, que pediu para manter o anonimato, contou à Lusa que o grupo está abrigado na universidade de Aston, sem dinheiro e sem comida e há casos de fome.
De acordo com aquele trabalhador, a situação teve início com um contrato com uma agência de recrutamento para trabalhar quatro semanas numa obra na construção civil em Inglaterra, tendo-lhes sido prometido um salário de 3.500 euros mensais como pagamento por uma jornada de 12 horas diárias.
No entanto, até agora, não receberam nem trabalho nem dinheiro, alegou a mesma fonte.
"Já falámos com vários trabalhadores que estão nessa situação e vamos dar todo o apoio", garantiu o secretário de Estado, explicando que a Embaixada portuguesa em Londres está em contacto e a ajudar os trabalhadores.
"Vamos também ligar para a empresa que os contratou para saber o que se passou", acrescentou, remetendo mais informações para mais tarde.
A caminho do local estavam hoje de manhã dois funcionários do consulado de Portugal em Manchester para acompanhar a situação.
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