O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse esta
sexta-feira à Lusa que o Governo português nada mais pode fazer para que
os portugueses continuem a viver em albergues sociais no Luxemburgo por
períodos superiores aos previstos.
«Sendo albergues temporários,
deveriam ser ocupados por períodos limitados de tempo, não mais de três
anos. Simplesmente há pessoas que entraram para lá há 20 anos, há 15,
há 10, e foram ficando», disse o governante, referindo que tem
acompanhado a situação dos emigrantes nos chamados «foyers».
Cerca
de 90 portugueses que vivem no Foyer de Muehlenbach, a maior residência
social no Luxemburgo para estrangeiros com baixos rendimentos, podem
vir a ser despejados pelas autoridades daquele país.
No ano
passado, os responsáveis por estas estruturas comunicaram aos residentes
que permanecem há mais tempo que terão de sair, afirmou José Cesário.
«Evidentemente
contactámos o Governo, eu próprio contactei o Governo nas visitas que
lá tenho feito, não podemos questionar o facto de eles terem de sair
porque os albergues são temporários. A única coisa que pedimos é que
eles tivessem tempo para encontrar soluções alternativas e tanto quanto
sabemos essas questões têm vindo a ser consideradas», acrescentou.
O
governante ficou de saber mais sobre o este caso, mas indicou que se
deslocou duas vezes ao Luxemburgo para contactos com o Governo e que
considerou «perfeitamente razoável» a explicação recebida.
«Como
residências temporárias não podem ser ocupadas por períodos de tempo
excessivos», declarou, acrescentando: «Se há Governo que tem políticas
sociais extremamente ativa é o luxemburguês. E portanto, também temos de
ter aí alguma cautela porque eles apoiam imenso as pessoas que estão
numa situação delicada».
Os albergues, sublinhou, «são para refugiados, para pessoas que ficam em situações extremas durante períodos limitados».
O
Gabinete Luxemburguês de Acolhimento e Integração (OLA, na sigla em
francês) enviou esta semana cartas a 18 portugueses e dois franceses
residentes naquele «Foyer des Travailleurs» (Casa de Trabalhadores),
convocando-os para «uma entrevista prévia à rescisão do contrato de
alojamento concluído de forma oral», mas vai notificar «todos os que
residem no Foyer há mais de três anos», disse à Lusa fonte do OLA.
Tvi24, aqui.