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Cônsul de Portugal exorta comunidade lusa a melhorar a sua auto-estima
2013-04-28

O cônsul geral de Portugal em Caracas, Paulo Santos, exortou sábado a comunidade portuguesa na Venezuela a melhorar a autoestima e a acreditar na qualidade daquilo que fazem, como um modo de se afirmar ainda mais na sociedade venezuelana.
"Falta melhorar aquilo que é a autoestima e os portugueses da Venezuela acreditarem que aquilo que é feito pelos seus em princípio vai ser mesmo muito bom", disse.
Paulo Santos falava durante o II Congresso sobre a Infância Luso-venezuelana, uma iniciativa do Consulado de Portugal e da Academia da Espetada de Caracas, que serviu para debater temas como o nascimento e desenvolvimento das crianças, manifestações de alarme, autismo, o bullying, os cursos de língua portuguesa e a orientação espiritual da família.
Em declarações à agência Lusa explicou que é preciso "provocar uma reflexão" sobre a autoestima de uma comunidade que "trazia umas raízes bastante humildes, mas que se foi desenvolvendo ao longo destas décadas, foram crescendo em todo os sentidos e também no intelectual".
Sublinhando que o congresso foi "uma prova muito inequívoca disso", vincou que é preciso "passar para a comunidade portuguesa, essa confiança de que nos devíamos orgulhar muito da sua qualidade intelectual".
No seu entender, no sentido geral da palavra, "a sociedade venezuelana, conseguiu evoluir mais depressa do que os próprios portugueses e como observador externo já entendeu, há muito tempo, esta mais-valia da comunidade portuguesa que têm aqui no país, e que ela contribui muito para o desenvolvimento sobretudo no económico".
"O trabalho principal a fazer é mesmo junto dos nossos e não tanto dos venezuelanos, porque daquilo que me vão transmitindo, há muito tempo que perceberam realmente o grande valor da comunidade portuguesa, não só porque contribui muito, mas porque de uma forma mais espontânea e natural se soube integrar, despida de presunções estranhas e consegui se mimetizar sendo difícil às vezes perceber quem é português", disse.
Segundo o diplomata "os portugueses têm de acreditar nas suas potencialidades e projetar-se na proporção daquilo que são capazes de fazer", o que lhes dará em troca que "vão ser ainda mais respeitados".
"Quem tem autoestima projeta isso para os outros interlocutores e portanto na medida em que a comunidade portuguesa acredite em si própria e comece a funcionar com base nessa perceção vai projetar-se duma forma diferente e mais convincente junto dos venezuelanos e poder desempenhar o papel que merece nesta sociedade, não só pela quantidade de pessoas que somos, mas também pela qualidade, o que sempre corresponderia a uma posição de maior influência nesta sociedade", concluiu.

Jornal da Madeira, aqui.

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