O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas acredita que a decisão da Suíça de alargar as restrições à imigração «não terá grandes efeitos» nos portugueses, salientando o caráter transitório da medida.
«É
uma decisão que não é novidade. De alguma forma, já era esperada. É uma
decisão transitória, que tem efeitos apenas nos contratos de longa
duração, isto no caso dos portugueses e de outros cidadãos de vários
países da União Europeia (UE)», afirmou, em declarações à Lusa, José
Cesário, esclarecendo ainda que a medida não irá afetar os contratos de
curta duração.
«Estamos convencidos que (...) não haverá grandes
efeitos sobre os candidatos a imigrantes portugueses que, em regra, vão
para atividades temporárias», admitiu o governante, lembrando que
«dentro de um ano» as autoridades suíças deverão reavaliar a decisão.
«Alguma injustiça» para os portugueses
Restrições tiram oportunidades a portugueses
O
secretário de Estado das Comunidades Portuguesas recordou que, numa
primeira fase, a decisão terá de ser apreciada pela UE, que deverá dar
uma resposta em nome dos 27 Estados-membros.
Ao nível das
autoridades portuguesas, José Cesário indicou que a medida e os seus
termos exatos irão ser avaliados de forma cuidadosa e ponderada.
«Compreendemos
a decisão, compreendemos que há uma pressão migratória muito grande na
Suíça, compreendemos que as autoridades suíças são confrontadas também
com pressões grandes por parte da população», disse José Cesário,
defendendo, no entanto, o papel fundamental dos imigrantes no
desenvolvimento dos países.
«Os suíços não têm quadros em muitas
áreas e recorrem frequentemente a imigrantes de outros países da UE,
quer da Alemanha, França, Portugal, Itália ou Espanha. A imigração não é
algo que funcione contra eles, é favorável ao desenvolvimento do Estado
suíço», reforçou.
Como tal, José Cesário está convicto que a
medida helvética será «uma decisão transitória», que resulta de uma
pressão migratória «muito generalizada a vários países».
TVI24, aqui.