Em
declarações à agência Lusa, José Pereira referiu que no dia 27 de
fevereiro obteve finalmente a nacionalidade canadiana, o que pôs termo a
uma batalha difícil com as autoridades canadianas. "Estou feliz e a
minha mulher (canadiana) também. Agora posso entrar e sair do Canadá
quando quiser", afirmou.
Em junho do ano passado, o departamento
federal da Cidadania e Imigração Canadá (CIC) havia ordenado a expulsão
até 10 de setembro deste emigrante que residia há 32 anos em Montreal,
no Canadá, por considerar que ele estava ilegal no país.
O seu caso
remonta a 2009, quando, após uma viagem de urgência a Portugal e à
espera de renovar o seu cartão de residente permanente, a embaixada
canadiana em Paris recusou-lhe os comprovativos de residência e, em
janeiro de 2010, revogou-lhe o estatuto de residente. Para José Pereira,
esta situação não passava de um erro dos serviços de Imigração, pois
àquela data havia já regressado ao Canadá e tinha em mãos o novo cartão
de residente emitido no país.
Quando preparava o processo de
nacionalidade, a Imigração advertiu-o que estava ilegal e tinha de
abandonar o país. José Pereira decidiu expor a sua situação no canal
televisivo público canadiano em língua francesa, Rádio Canadá, captando a
atenções dos media canadianos, portugueses e de outros países.
O
departamento federal da Cidadania e Imigração Canadá (CIC) não tardou a
reconhecer o lapso e atribuiu, de novo, a residência permanente ao
português, indicando que o processo de nacionalidade prosseguiria.
Entretanto,
perante a ordem de saída, José Pereira decidiu vender os bens e partir
para Portugal, onde tem estado desde agosto. Agora, já cidadão
canadiano, diz que o futuro é ainda incerto, indicando que está em fase
de pedir, através do seu advogado, uma indemnização pelos danos sofridos
às autoridades canadianas.
José Pereira disse que desde que a 25 de
abril foi confrontado pelas autoridades canadianas de que estaria em
pretensa situação irregular no Canadá não ganha "nenhum dinheiro".
Este
natural de Ofir, em Fão, Esposende, atualmente a viver em Porches, no
Algarve, acrescentou que será difícil voltar a montar o seu negócio no
Canadá, pois a empresa que tinha demorou três anos a consolidar-se,
acabando por ter de a vender à pressa, devido à ordem de expulsão.
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