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Canadá concede nacionalidade a português que queria expulsar
2013-03-12
O Governo canadiano decidiu conceer a nacionalidade ao José Pereira, depois de ter reconhecido que a ordem de expulsão de que foi alvo no verão passado foi “um lapso”. O cidadão português diz-se feliz com a decisão porque agora pode “entrar e sair do Canadá quando quiser”…

Em declarações à agência Lusa, José Pereira referiu que no dia 27 de fevereiro obteve finalmente a nacionalidade canadiana, o que pôs termo a uma batalha difícil com as autoridades canadianas. "Estou feliz e a minha mulher (canadiana) também. Agora posso entrar e sair do Canadá quando quiser", afirmou.
Em junho do ano passado, o departamento federal da Cidadania e Imigração Canadá (CIC) havia ordenado a expulsão até 10 de setembro deste emigrante que residia há 32 anos em Montreal, no Canadá, por considerar que ele estava ilegal no país.
O seu caso remonta a 2009, quando, após uma viagem de urgência a Portugal e à espera de renovar o seu cartão de residente permanente, a embaixada canadiana em Paris recusou-lhe os comprovativos de residência e, em janeiro de 2010, revogou-lhe o estatuto de residente. Para José Pereira, esta situação não passava de um erro dos serviços de Imigração, pois àquela data havia já regressado ao Canadá e tinha em mãos o novo cartão de residente emitido no país.
Quando preparava o processo de nacionalidade, a Imigração advertiu-o que estava ilegal e tinha de abandonar o país. José Pereira decidiu expor a sua situação no canal televisivo público canadiano em língua francesa, Rádio Canadá, captando a atenções dos media canadianos, portugueses e de outros países.
O departamento federal da Cidadania e Imigração Canadá (CIC) não tardou a reconhecer o lapso e atribuiu, de novo, a residência permanente ao português, indicando que o processo de nacionalidade prosseguiria.
Entretanto, perante a ordem de saída, José Pereira decidiu vender os bens e partir para Portugal, onde tem estado desde agosto. Agora, já cidadão canadiano, diz que o futuro é ainda incerto, indicando que está em fase de pedir, através do seu advogado, uma indemnização pelos danos sofridos às autoridades canadianas.
José Pereira disse que desde que a 25 de abril foi confrontado pelas autoridades canadianas de que estaria em pretensa situação irregular no Canadá não ganha "nenhum dinheiro".
Este natural de Ofir, em Fão, Esposende, atualmente a viver em Porches, no Algarve, acrescentou que será difícil voltar a montar o seu negócio no Canadá, pois a empresa que tinha demorou três anos a consolidar-se, acabando por ter de a vender à pressa, devido à ordem de expulsão.
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