O número de espanhóis e gregos emigrados na Suíça mais do que duplicou desde 2009, mas os portugueses continuam a ser os mais numerosos de entre os imigrantes dos países do sul da Europa, revelam dados oficiais.
De acordo com dados facultados à agência Lusa pela Agência Federal para a Imigração Suíça (BFM, na sigla em alemão), entre janeiro de novembro de 2012, foram 37625 os emigrantes oriundos de Portugal, Espanha, Itália e Grécia que, pela primeira vez, decidiram emigrar para a Suíça.
Nos doze meses de 2009 o número de "novas entradas" feitas por portugueses, espanhóis, italianos e gregos situava-se nos 25333, refere o BFM.
Em comparação com 2009, o maior aumento percentual em 2012 verificou-se entre os espanhóis (148%) e os gregos (128%), mas os portugueses continuam a ser - em números globais e de entre os quatro países - os que mais emigram para a Suíça.
Entre janeiro e novembro do ano passado, a Agência Federal para a Imigração da Suíça registou um total de "17270 novas entradas" de cidadãos portugueses, o que relativamente a 2009, em que entraram 13670, significa um aumento de 26%.
Contudo, o "aumento real" da imigração portuguesa contabilizado pelas autoridades helvéticas no ano passado (isto é, os cidadãos lusos que permanecíam na Suíça entre janeiro e novembro de 2012), cifrou-se em 12960, esclarece o BFM.
Isto significa que do total de 17270 cidadãos lusos que, pela primeira vez, emigraram no ano passado para a Suíça, 3774 voltaram a deixar o país nesses onze meses de 2012, não sendo assim incluídos ou contabilizados no "contingente real".
A diferença (de 536 portugueses) deve-se a outras situações, tais como a mudança do tipo de vistos ou a outras questões técnicas, precisou a porta-voz do BFM, Sibylle Siegwart.
Travar entradas
A Suíça pondera acionar uma cláusula de salvaguarda no acordo sobre livre circulação de pessoas no espaço europeu para limitar a concessão de novos títulos de residência para efeitos de trabalho a todos os cidadãos dos 17 países da Zona Euro.
A cláusula, precisou a porta-voz do BFM, é uma "opção de controlo" que permite à Suíça "estabilizar de forma unilateral as quotas máximas de títulos de residência, de curta e longa duração, a atribuir aos cidadãos oriundos da UE-17 e de oito países do leste da Europa".
Siegwart explicou que a clásula só pode ser acionada quando o "número de novos títulos de residência para efeitos de trabalho atribuídos, no espaço de um ano, ultrapasse em 10% a média dos últimos três anos".
Em 2011, o "aumento real" dos portugueses que emigraram para a Suíça, pela primeira vez, foi de 10538. Já em 2010 as novas entradas situaram-se nas 7353, sendo que em 2009 o aumento foi de 8864.
De acordo com a mesma fonte, até agosto de 2012 estavam emigrados na Suíça um total de 234074 portugueses, enquanto que em 2011 eram 224171. Em 2010, havia 213153 portugueses emigrados na Suíça e 205255 em 2009.
Jornal de Notícias, aqui.