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Remessas de emigrantes em Angola dispararam em 2012
2013-01-23
As remessas de emigrantes em Angola dispararam em 2012, superando até novembro o total do ano anterior a maior subida entre as origens destas transferências financeiras, segundo dados do Banco de Portugal.

Até novembro do ano passado, as remessas de Angola ascenderam a 244,9 milhões de euros, quando em todo o ano de 2011 atingiram 147,3 milhões de euros e representaram mais do dobro do valor de 2009 (103,4 milhões de euros).

Angola representa a maior fatia das remessas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), tendo os restantes países deste grupo assistido a variações pouco significativas ao longo do ano passado.

Para José Cesário, secretário de Estado das Comunidades, os dados do Banco de Portugal são um sinal da crescente emigração, mas também de confiança.

"Traduz o aumento da emigração, sobretudo para alguns países, como Angola. Não deixa de traduzir confiança no sistema bancário português e o aumento das remessas de Espanha é sinal disso", disse à Lusa.

Segundo o Banco de Portugal, as remessas de emigrantes atingiram 2,5 mil milhões de euros em novembro, superando o total anual recente.

O crescimento foi contínuo de 2009 (2,28 mil milhões de euros) para 2010 (2.425 milhões de euros) e 2011 (2,43 mil milhões de euros).

Em novembro, o valor das remessas dos emigrantes atingiu os 204 milhões de euros, mais 14% que o valor registado em novembro do ano passado.

Mais de metade deste valor continua a chegar de emigrantes em países da União Europeia, cerca de 106 milhões de euros, e deste valor mais de metade chega por sua vez de França, um quarto do total mensal, com 55,2 milhões de euros.

As remessas de emigrantes que chegam de países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) correspondem, por sua vez, a 85% do valor total das remessas do mês de novembro, com 173,5 milhões de euros de total de 204 milhões de euros.

Entre os países que registaram maior crescimento nos 11 primeiros meses de 2012 está a Alemanha (156,4 milhões de euros), Espanha (116 milhões de euros), Holanda (40,8 milhões) e Itália (17,9 milhões).

Em sentido inverso, os portugueses residentes nos Estados Unidos, França e Suíça enviaram menos dinheiro para o país de origem.

Por sua vez, o dinheiro que sai de Portugal através das remessas de imigrantes para outros países atingiu os 480,4 milhões de euros, significativamente abaixo do total de 2011 (585,6 milhões de euros).

No caso do Brasil, a descida foi acentuada, de 277,6 milhões de euros em 2011 para 208,3 milhões até novembro do ano passado.

Os PALOP registaram um aumento de remessas de Portugal, para 38,5 milhões de euros, invertendo uma quebra contínua desde 2009.

As remessas dos imigrantes angolanos aumentaram (14 milhões de euros), tal como no caso dos moçambicanos (8,1 milhões de euros) e são-tomenses (1,2 milhões).

O valor das remessas cabo-verdianas caiu para 12,9 milhões, e colapsou para quase metade no caso dos imigrantes guineenses - de 4,3 milhões de euros para 2,3 milhões.

Correio da Manhã, aqui.

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