Luís Fonseca, de 40 anos, chegou a França há um ano e meio, depois de ter estudado Economia e Marketing e de, durante mais de uma década, ter adquirido uma larga experiência profissional no comércio dentro da grande distribuição. Perdera o emprego em Portugal e a mulher começara a trabalhar em Paris.
À Lusa contou que tinha há já algum tempo a ideia de criar uma loja na Internet onde um português pudesse encomendar produtos nacionais para serem entregues em qualquer parte do mundo. Depois, a saudade aguçou-lhe o engenho.
"Ouvia amigos e familiares que viviam no estrangeiro queixarem-se das dificuldades que tinham para encontrar alguns produtos portugueses nos países onde estavam. Mas o que me levou a concretizar a ideia foi a minha experiência pessoal como emigrante. A dificuldade de, a viver no centro de Paris, encontrar algum sítio próximo onde comprar produtos portugueses, sobretudo comida", explicou à Lusa.
Na decisão de dar forma ao projeto pesou ainda "o crescente número de novos emigrantes", como ele, "e de estudantes portugueses espalhados pelo mundo".
Vinhos, licores, presuntos, conservas, azeites e compotas, estão disponíveis para compra
"Este projeto é também uma resposta ao tradicional mercado da saudade, que está muito parado no tempo. Nós apostámos na inovação. Temos produtos tradicionais, produtos 'gourmet' e também serviços de comodidade ao dispor nossos clientes", acrescentou.
Desde o início de dezembro de 2012 que é possível comprar no "Portugal ao Domicílio" vinhos, licores, aguardentes, cervejas, sumos, presuntos, enchidos, conservas, azeites, bolachas, compotas, revistas, livros, brinquedos. A lista é extensa e este empresário promete que ela continuará a crescer.
O sítio tem ainda um serviço de compras personalizadas, que inclui "a procura, a aquisição e o envio de qualquer produto a partir de Portugal".
Luís Fonseca explica que esta oferta inclui "praticamente tudo", desde alimentos - "com exceção dos produtos que necessitem de embalamento especial em frio" - a cosméticos, calçado ou vestuário, até mesmo a eletrodomésticos. "Excluem-se, obviamente, produtos ilegais, perigosos ou proibidos no país de destino", acrescentou.
As compras fazem-se "em poucos passos". Os custos do envio variam consoante o país de destino da encomenda, mas podem ser feitos em grupo, "permitindo que a despesa com o transporte das mercadorias se reduza em 50 por cento".
A Europa é, por agora, o mercado prioritário do projeto, e o balanço dos primeiros meses de funcionamento é "muito positivo". Luís Fonseca diz que, "mesmo sem ter chegado ainda à fase de promoção do sítio", a empresa recebeu, no espaço de pouco mais de um mês, onze encomendas, de Espanha, França, Inglaterra, Holanda, Bulgária, Peru, e até da China.
"Tivemos também vários pedidos de informação, alguns de portugueses residentes nestes países, mas de outros residentes, por exemplo, no Egito, Argélia, Angola, Moçambique, Irlanda e Grécia", acrescentou.
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