Muitos portugueses têm partido para o Brasil em busca de emprego, mas esbarram num muro de burocracia, afirma José Queiroga Monteiro, que vive há mais de 40 anos no Rio de Janeiro.
"O Brasil está a precisar de mão de obra especializada, de engenheiros, arquitectos, que está a chegar de Portugal. Os jovens emigrantes vêm com o visto de longa duração, mas o Brasil dificulta muito, o visto permanente é muito lento, o que não deveria ser por causa dos acordos entre os dois países", afirma o emigrante português, em declarações à Renascença.
O provedor da Irmandade de Santo António dos Pobres, instituição com 207 anos de história, conta que, por vezes, o visto provisório expira e os emigrantes são forçados a regressar a Portugal, mesmo sem dinheiro para voltar.
"O Brasil precisa dessa mão de obra especializada e trata o português como um imigrante da Ásia. Claro que nós não somos melhores que ninguém, mas com este longo convívio de 510 anos, tantos acordos já foram feitos, o emigrante português devia ser visto com mais carinho."
Começam também a surgir problemas com emigrantes portugueses já na terceira idade. A Irmandade de Santo António dos Pobres começa agora a confrontar-se com um número reduzido, é certo, de portugueses que se reformaram quase sem dinheiro para pagar os medicamentos.
Ouvido pela Renascença, José Queiroga explica que no Brasil a prosperidade económica convive ainda com grandes bolsas de pobreza.
O provedor da Irmandade de Santo António dos Pobres falava à margem do Encontro de Promotores Sócio-Culturais das Comunidades Portuguesas que começou esta sexta-feira, em Fátima.
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