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Burocracia atrapalha emigrantes portugueses no Brasil
2012-11-03
José Queiroga Monteiro, que vive há mais de 40 anos no Rio de Janeiro, considera que "o emigrante português devia ser visto com mais carinho" pelas autoridades brasileiras.

Muitos portugueses têm partido para o Brasil em busca de emprego, mas esbarram num muro de burocracia, afirma José Queiroga Monteiro, que vive há mais de 40 anos no Rio de Janeiro.

"O Brasil está a precisar de mão de obra especializada, de engenheiros, arquitectos, que está a chegar de Portugal. Os jovens emigrantes vêm com o visto de longa duração, mas o Brasil dificulta muito, o visto permanente é muito lento, o que não deveria ser por causa dos acordos entre os dois países", afirma o emigrante português, em declarações à Renascença.

O provedor da Irmandade de Santo António dos Pobres, instituição com 207 anos de história, conta que, por vezes, o visto provisório expira e os emigrantes são forçados a regressar a Portugal, mesmo sem dinheiro para voltar.

"O Brasil precisa dessa mão de obra especializada e trata o português como um imigrante da Ásia. Claro que nós não somos melhores que ninguém, mas com este longo convívio de 510 anos, tantos acordos já foram feitos, o emigrante português devia ser visto com mais carinho."

Começam também a surgir problemas com emigrantes portugueses já na terceira idade. A Irmandade de Santo António dos Pobres começa agora a confrontar-se com um número reduzido, é certo, de portugueses que se reformaram quase sem dinheiro para pagar os medicamentos.

Ouvido pela Renascença, José Queiroga explica que no Brasil a prosperidade económica convive ainda com grandes bolsas de pobreza.

O provedor da Irmandade de Santo António dos Pobres falava à margem do Encontro de Promotores Sócio-Culturais das Comunidades Portuguesas que começou esta sexta-feira, em Fátima.

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