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Mais de 20 portugueses despedidos de unidade da Ford
2012-10-26
Entre 20 a 25 portugueses e lusodescendentes contam-se entre os 4.300 trabalhadores da fábrica do construtor automóvel Ford em Genk, Bélgica, cujo encerramento foi anunciado para 2013, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte da comunidade portuguesa.

O construtor de automóveis Ford anunciou que vai encerrar em 2013 a sua fábrica de Genk, na Bélgica, na qual trabalham 4.300 pessoas e transferir a produção para Valência, em Espanha.

A unidade belga continuará a produzir carros ao longo do próximo ano até que se conclua o ciclo de fabricação e só em 2014 levará a produção para a fábrica de Almussafes em Valência.

"Trabalham na Ford de Genk entre 20 a 25 trabalhadores portugueses ou filhos de portugueses", disse à agência Lusa, por telefone, Duarte Batalha Pardal, secretário da associação de portugueses de Waterschei, localidade próxima de Genk, na região flamenga de Limbourg.

Duarte Batalha Pardal, que trabalha no centro de testes da Ford em Lommel, explicou que na fábrica de Genk trabalham sobretudo portugueses de segunda e terceira geração, com idades que variam entre os 40 e os 50 anos.

"São mineiros ou filhos de mineiros que trabalhavam numa mina de carvão que fechou há 25 anos. Foram para a Ford e agora a fábrica vai fechar", disse Duarte Pardal, que hoje está em greve, em solidariedade com os colegas da fábrica de Genk.

O português, de 50 anos, natural de Aljustrel e residente na Bélgica desde os seis anos, considera que será "muito difícil" a estes trabalhadores voltarem a encontrar um emprego numa localidade com uma economia "muito dependente" da fábrica da Ford.

Duarte Pardal, que preside ainda a um clube de trabalhadores portugueses, estima que a comunidade na região ascenda a 500 pessoas, acrescentando que nos últimos tempos tem chegado muitos portugueses à procura de emprego.

Contactado pela agência Lusa, o encarregado de Negócios da Embaixada de Portugal na Bélgica, João Terenas, disse não ter conseguido apurar ainda o número exacto de portugueses ou lusodescendentes a trabalhar na fábrica em causa.

"Penso que não haverá muitos portugueses, mas poucos ou muitos a embaixada acompanha sempre estas situações, quer a nível social, quer económico", disse, ressalvando que esta é uma questão que se coloca apenas a partir de 2014.

A marca norte-americana é o principal empregador na região flamenga de Limbourg, perto da fronteira com a Holanda, dando trabalho, direta e indiretamente, a cerca de 10 mil pessoas.

A indústria automóvel belga está em declínio desde que há quinze anos, a Renault fechou a fábrica de Vilvorde, perto de Bruxelas e, há dois anos, a Opel fechou a sua unidade perto de Antuérpia.

Correio da Manhã, aqui.

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