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Cria empresa para mostrar o que de melhor se faz em Portugal
2012-10-24
Jovem empresário francês é filho de emigrantes portugueses

O jovem empresário Carlos Ferreira, filho de emigrantes portugueses em França, criou uma empresa para mostrar «o que se faz de melhor em Portugal» e considera que a imagem do país como marca de qualidade está a crescer no estrangeiro.

A crise, diz à agência Lusa, deu um empurrão às empresas portuguesas, que «tomaram consciência de que têm que definir novas estratégias e abrir novos mercados no estrangeiro». Agora, há «uma vaga de empreendedorismo a crescer».

Carlos Ferreira, de 38 anos, achou que esta era a altura de pôr em prática um projeto em que vinha pensando há muito tempo. A Le Long du Tage, que está ainda em fase de lançamento, surge para dar visibilidade em França ao que de qualidade se faz em Portugal, ajudando as empresas a implementarem-se nesse mercado.

O fator com maior peso para que esta ideia ganhasse forma, conta, foi o facto de, apesar de ter nascido em França e de ter vivido aí durante a maior parte da sua vida, «ter ficado agarrado à cultura e à língua portuguesa, fora dos meios populares».

A isto juntou uma experiência profissional de cerca de 10 anos em empresas de tamanhos e setores de atividade diferentes ¿ da moda ao cinema, até aos cosméticos ¿, uma atenção permanente às artes, e o que lhe ficou de um projeto musical português em França que manteve durante cinco anos.

«Essas minhas experiências, [e o facto de] eu ver que Portugal tem know how no têxtil, nos móveis, que há uma cultura, que há produtos, como a cortiça, o azulejo, as cerâmicas, as artes de mesa, o cristal, ou outros mais culturais, como o fado, [dos quais] não se ouve falar em França, fizeram-me avançar», acrescentou.

Carlos Ferreira quer mostrar que Portugal «é capaz de conciliar tradição e inovação, saudade e modernidade».

Embora sublinhando que «nem tudo o que é português é bom», este empresário considera que a imagem do país «está a crescer a nível de qualidade no estrangeiro». Um bom exemplo, diz, «foram as últimas feiras Maison&Objet, [em Paris]. Podemos constatar que são cada vez mais as marcas portuguesas presentes, e presentes num alto patamar».

Para já, a loja não tem um espaço físico. Tem um sítio na Internet, através do qual comunica com clientes e com potenciais futuros parceiros.

Os critérios para que a Le Long du Tage inicie uma parceria com uma marca portuguesa são a qualidade dos produtos, a imagem da marca, a existência de um mercado para essa oferta em França, e também a preparação da empresa para comunicar com interlocutores e parceiros franceses.

Neste último aspeto ¿ o da comunicação da marca ¿, diz Carlos Ferreira, verifica-se, na maioria dos casos, «uma certa impreparação», mas que, acredita o empresário, «vai resolver-se com o tempo».

Agência Financeira, aqui.

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