No âmbito do Seminário «A Emigração Portuguesa na Europa - Desafios e Oportunidades», que decorre esta segunda-feira no Porto, o cônsul português em Paris disse que França é um bom destino para os emigrantes portugueses, mas alertou para a necessidade de todos partirem bem informados, pois «nem sempre é possível» arranjar emprego, mesmo para os mais qualificados.
«Quem quer partir deve fazê-lo de forma informada, com contatos concretos com empresas ou contratos, se possível», sublinhou o cônsul português, Pedro Lourtie, em declarações à Lusa.
O responsável alerta os emigrantes para pensarem «em tudo o que vai ser necessário quando chegarem ao país de origem, nomeadamente direitos sociais, custos de instalação e habitação e, no caso de França, falar francês, porque continua a ser muitíssimo importante».
«França continua a ser um destino [para a emigração portuguesa], desde logo porque há uma grande comunidade portuguesa, porque é uma grande economia, central na Europa. Mas para se ir deve ir-se de forma o mais informada possível», sublinhou Pedro Lourtie.
Admitindo a existência de «um novo fluxo de emigração» portuguesa para França, o cônsul observou que é diferente do das décadas de 1950 e 1960.
«Este novo fluxo de emigração existe. Parece-me que é um fluxo mais diverso, porque se a França já foi o principal destino da emigração portuguesa, hoje há vários, designadamente fora da Europa», explicou.
Já o capelão da missão católica portuguesa de Londres assegurou, à margem do seminário, que «os portugueses são muito bem aceites» em Inglaterra, alertando porém para a necessidade de dominar perfeitamente a língua antes de emigrar.
«Eu aconselho algumas pessoas a emigrarem para Inglaterra. Se for uma mão-de-obra qualificada com um domínio perfeito do inglês, creio que tem boas razões para se colocar em caminho porque o país acolhe bem os portugueses», contou o padre Pedro Rodrigues.
O capelão lembrou, porém, existirem «dificuldades em conseguir habitação», aconselhando a «levar essa situação bem resolvida» antes de ir para Inglaterra, uma vez que «a mão-de-obra [mais baixa] anda pelas sete libras por hora e muitas vezes são necessárias muitas horas para pagar a habitação que é supercara».
A procura dos portugueses pela Inglaterra, enquanto país de destino para emigrar, tem aumentado, com o responsável católico a admitir que «há dois meses que não há um dia em que não cheguem emails de famílias completas a quererem ir para o Reino Unido».
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