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França: Portugueses vítimas de sequestro das famílias e pressão sobre filhos
2012-10-01

À Casa Amadis, Associação Lusófona de Montpellier, em França, chegam, «várias vezes por semana», pedidos de ajuda de emigrantes portugueses, devido a situações de «sequestro da família, pressão sobre os filhos», ou apreensão de documentos, disse à Lusa o presidente.

Tito Lívio Mota, co-fundador e presidente da Casa Amadis, disse ainda que «a maior parte dos casos» são provocados por patrões portugueses.

«Sou voluntário no 112. Os bombeiros telefonam-me e pedem-me ajuda para traduzir o problema. Acontece várias vezes por semana termos chamadas de pessoas que estão em situações de, por exemplo, sequestro da família, pressão sobre os filhos, sequestro dos papéis, ou isolados», afirmou.

Este também professor de português acrescentou que «não quer dizer que não haja franceses [envolvidos em episódios deste género], mas a maior parte dos casos é [da responsabilidade de] patrões portugueses».

Para Tito Lívio Mota, é importante que as denúncias de "escravatura moderna" que são encaminhadas para as autoridades francesas tenham seguimento em Portugal: «Por que é que não há processos? Por que é que não há inquéritos?», questionou, lembrando que muitas destas situações começam com uma promessa de emprego feita em Portugal.

É preciso, defendeu, que as pessoas se informem antes de abandonar o país. Não podem, alertou, vir sem contrato de trabalho nem sem alojamento.

E têm que prestar atenção ao montante do salário que lhes é proposto, porque «um salário mínimo em França (pouco mais de 1.000 euros líquidos) não tem nada que ver com o salário mínimo português», porque em França «as rendas de casa não são as mesmas, tudo é diferente».

Quem quer vir deve também lembrar-se de que «os direitos sociais não são automáticos». Por exemplo, «para ter direito a um rendimento mínimo é preciso ter vivido em França pelo menos três meses, mesmo para um português».

A Casa Amadis foi criada em Dezembro de 2003 com o objectivo de dar a conhecer à população francesa as culturas de língua portuguesa, desenvolver o estudo da língua, e criar um espaço de convívio e entreajuda para emigrantes.

Lusa/SOL, aqui.

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