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Cerca de 40 pessoas frente à embaixada portuguesa em Berlim contra a "troika" e as medidas de austeridade
2012-09-16
Cerca de 40 pessoas manifestaram-se hoje diante da Embaixada de Portugal em Berlim contra a "troika" e a política de austeridade do executivo PSD/CDS, solidarizando-se com idênticos protestos marcados para numerososas cidades portuguesas.

 

Os manifestantes, a sua maioria jovens estudantes portugueses recentemente  emigrados por causa da crise no seu país empunhavam cartazes em português,  inglês e alemão, com inscrições como "Trabalho Indigno Não É Trabalho",  "Emigração Não É erasmus? F... Troika", "Menschen Statt Banken" (Pessoas  em vez de Bancos) e "Austerity Labs no Pasaran". (Laboratórios da Austeridade  não Passarão). 

Rita Ferreira, encenadora e atriz a viver há quatro anos em Berlim fez  questão de enviar uma mensagem a Passos Coelho, contestando recentes declarações  do chefe do governo sobre os elevados impostos que os trabalhadores pagam  na Alemanha, ao referir-se à intenção do executivo de aumentar em sete por  cento a Taxa Social Única para os assalariados. 

"Se aqui pagamos mais impostos, também recebemos três vezes mais e também  é verdade que, quando nos mandam emigrar, se esquecem de dizer que aqui  também há trabalho ilegal, que nós, os gregos, espanhóis, irlandeses e muitos  outros somos os novos escravos do campo laboral alemão", disse Rita, que  até já trabalhou nas limpezas, apesar de ter cursado estudos teatrais na  Universidade de Évora. 

Pedro Monterroso, um sociólogo que chegou há poucos meses a Berlim,  criticou, por sua vez, o atual Governo, mas também o anterior, afirmando  que o Executivo de Passos Coelho se limita a prosseguir o trabalho já iniciado,  "mudando apenas as figuras". 

Por seu turno, Catarina Principe, uma estudante portuense que está há  menos de um ano em Berlim, explicou à Lusa que foi para a capital alemã  "para tentar arranjar um trabalho decente e poder estudar", acrescentendo  que resovleu manifestar-se hoje porque o povo em Portugal "resolveu sair  à rua e faz todo o sentido apoiá-los a partir daqui". 

Os manifestantes começaram por ocupar o passeio junto ao edifício da  Embaixada, mas foram forçados pela polícia a atravessar a rua e ir para  o passeio em frente, levando chapéus de chuva com coloridas inscrições de  protesto e uma instalação sonora que transmitiu canções de José Afonso.  Aproveitaram também para ler textos de vários autores portugueses e brasileiros.

Os agentes da autoridade, de resto, mantiveram uma presença discreta,  com duas carrinhas estacionadas junto à representação diplomática, que se  manteve encerrada. 

Um jovem canadiano, uma grega e uma brasileira solidarizam-se também  com os manifestantes portugueses, em intervenções feitas através do microfone  instalado no meio dos manifestantes.

SIC Notícias, aqui.

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