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A Suíça dos portugueses
2012-08-09
Emigrantes portugueses referem que a Suíça continua a ser um país de oportunidades, mas alertam para a necessidade de não partir "às cegas".

por Pedro Mesquita
Com o desemprego a subir, milhares de portugueses estão dispostos a procurar trabalho no estrangeiro. A Suíça é um dos países mais procurados e os emigrantes, agora de férias em Portugal, garantem que o vale a pena a experiência helvética, apesar das dificuldades. 

A Suíça foi sempre destino de eleição de muitos portugueses que partiram à procura de outra vida, mas, no último Inverno, houve quem passasse grandes privações por ter viajado sem emprego garantido ou acreditasse em falsas promessas de trabalho. 

Antes de fazer as malas, é essencial ter certezas. É uma regra de ouro, sublinham os emigrantes portugueses radicados na Suíça. 

À Renascença, Fernando Oliveira, que vive há 40 anos em Genebra, garante que "a situação é boa para quem tem emprego". "Só é difícil para quem chega sem a garantia de trabalho e não encontra ninguém que lhe dê a mão", precisa. 

Problemas de Inverno
No Inverno é tudo mais complicado, explica Manuel Brás, emigrante antigo conselheiro social da embaixada portuguesa em Berna. "No Verão, o volume de emprego é maior, não há gente na Suíça a passar fome. No Inverno, sim, acontece algumas vezes. Há portugueses que têm que recorrer à assistência social suíça para sobreviver". 

A ajuda existe, mas não é prolongada no tempo, diz Manuel Brás: "Eles não olham a meios para atingir os seus fins. Não querem estrangeiros desempregados na Suíça". 

Manuel Brás aconselha os interessados a aproveitarem as férias para uma viagem à Suíça. "É a melhor forma de encontrar trabalho" e "ainda há muitas ofertas de emprego", sublinha. 

"Se tivesse ficado em Portugal, a minha reforma seria uma miséria"
Fernando Oliveira assegura que a Suíça, apesar de ser um dos países mais caros do mundo, pode ser uma experiência compensatória e dá o seu exemplo como antigo trabalhador da construção civil. "Reformei-me aos 60 anos, foi uma pré-reforma, e recebo por mês 4. 300 francos - são mais de 3.700 euros. Se tivesse ficado em Portugal, a minha reforma seria uma miséria". 

Manuel Brás e Fernando Oliveira, como tantos outros, continuam a investir as suas poupanças em Portugal e, por isso, estão atentos às finanças nacionais. 

Manuel Brás considera que Portugal vai conseguir dar a volta, mas reconhece que a maioria dos emigrantes não acredita muito nos políticos portugueses. "Não têm a responsabilidade que deveriam ter." 

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