O português José Pereira, que residia há 32 anos no Canadá e tinha recebido ordem de expulsão do país, disse esta quarta-feira que os serviços de imigração canadianos recuaram na decisão e vão atribuir-lhe residência permanente.
Num contacto telefónico com a Lusa, os serviços de imigração canadianos reconheceram o erro no tratamento do processo do português e anunciaram que vão atribuir o estatuto de residente permanente a José Pereira, afirmou.
"Estou feliz com esta decisão, pois mantenho a minha residência permanente e não perco nenhum dos benefícios que tinha por estar aqui há 32 anos. Daqui a dois dias terei de novo o meu cartão, que era válido até agosto de 2014", realçou à Lusa José Pereira.
"Como já tinha a partida para Portugal marcada para o próximo dia 21, vou na mesma, mas agora de férias. Pois também enviei os meus contentores para Portugal", disse.
A Lusa contactou o departamento federal de Cidadania e Imigração do Canadá, que ao abrigo da legislação de respeito à privacidade, não prestou qualquer informação até ao momento.
As autoridades canadianas haviam recusado renovar o estatuto de residente permanente a José Pereira e ordenado a sua expulsão do país até 10 de setembro.
Este emigrante natural de Ofir, em Fão, Esposende, referiu à Lusa ter sido alvo de uma grande descoordenação e de decisões contraditórias dos serviços de imigração canadianos no processo de renovação do estatuto de residente permanente, o qual deixara caducar.
Após uma viagem de urgência a Portugal em agosto de 2009, a embaixada canadiana em Paris recusou os comprovativos de residência e revogou estatuto ao português.
Porém, José Pereira tinha já, desde setembro de 2009, um novo cartão de residente emitido no Canadá.
Em abril deste ano, ao iniciar o exame para a obtenção de nacionalidade canadiana, o funcionário confrontou-o, dizendo-lhe de que estava "ilegal no Canadá há dois anos, não tinha podia trabalhar e iria ser deportado", o que surpreendeu José Pereira.
Chocado e revoltado, fechou a sua empresa "Grandes Eaux", pôs a casa à venda e alienou os bens ao desbarato.
Agora a decisão de hoje da imigração fá-lo mudar, de novo, os planos. Depois das férias em Portugal, regressa para se restablecer em Montreal.
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