"Ao longo da nossa história, desde que eu me lembro de ser gente, sempre me recordei de eles serem o grande factor de animação da nossa economia, particularmente, nas nossas zonas rurais", declarou o governante à agência Lusa.
José Cesário falava na fronteira de Vilar Formoso, onde participou na campanha de segurança rodoviária "Sécur'été" dirigida aos milhares de emigrantes que estão a chegar a Portugal, promovida pela associação de jovens lusodescendentes Cap Magellan.
Sobre a importância dos emigrantes, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas também recordou que até há poucos anos, "50 por cento" dos compradores de "qualquer empreendimento imobiliário que era construído no centro ou no norte do país" eram "não residentes".
Acrescentou que na actualidade essa percentagem "mudou", mas os emigrantes "foram sempre indispensáveis".
O governante contou que tem amigos empresários nas áreas da restauração e da hotelaria, que "fazem mais negócio com eles [emigrantes], normalmente em agosto, na Páscoa e no Natal, do que, às vezes, no ano todo".
José Cesário disse que esta realidade foi "sempre assim", embora os portugueses tenham tendência para se lembrarem mais destas situações "em períodos de crise", como o actual.
"Esta quantidade enorme de pessoas que temos pelo mundo, foi sempre um factor extraordinário de desenvolvimento da nossa economia a todos os níveis", reconheceu o governante.
O secretário de Estado também comentou os dados do Banco de Portugal que dão conta que as remessas dos emigrantes cresceram 17,7 por cento nos primeiros cinco meses deste ano relativamente ao período homólogo de 2011, atingindo os 1.049,3 milhões de euros.
"Estamos a registar um aumento da entrada de capitais e sabemos bem o que representam também nas estatísticas dos números do turismo todas estas pessoas que estão aqui a entrar e os muitos mais que entram todos os dias de avião", disse.
José Cesário também observou que, devido à situação económica de Portugal, continua a sair gente do país, reconhecendo que "quanto mais desemprego há, mais gente sai".
As saídas têm sido para os destinos tradicionais - França, Suíça, Luxemburgo, Alemanha e Reino Unido - mas também para Angola, Brasil e Moçambique.
Aos que procuram emprego no estrangeiro recomenda que "tenham cautela e que não saiam sem terem a certeza de emprego".
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