José Afonso diz que nos últimos dois anos chegaram cerca de mil novos portugueses à associação, sobretudo à procura de trabalho. Há, disse, "caras novas todos os fins de semana" e "muita gente com diploma".
"Há muitos [portugueses à procura de emprego] que a gente vai orientando, porque são pessoas simples. Normalmente arranjamos-lhes trabalho. Mas é muito difícil arranjar trabalho a quem tem diploma, porque eles não são capazes, por exemplo, de ir fazer limpeza", disse à agência Lusa.
Para o dirigente associativo, há muitos novos emigrantes "que foram mal informados" antes de partir para França. José Afonso considera que "a maioria julga que é só chegar e ter direitos".
O responsável diz que é difícil para a associação conseguir encontrar aos emigrantes portugueses mais qualificados um emprego que corresponda às suas expectativas: "De um dia para o outro não se pode arranjar um trabalho [qualificado e] a ganhar muito dinheiro", alerta.
"Quando eles chegam aqui deviam [aceitar] um trabalho que lhes conviesse mais ou menos", defendeu.
À Associação Franco-Portuguesa de Puteaux, que tem mais de 600 associados, chegam também pedidos de ajuda de reformados portugueses com "dificuldades para conseguirem pagar a renda de casa, comer e beber".
Há mais de 700 mil portugueses inscritos no Consulado-Geral de Portugal em Paris. Até Junho deste ano registaram-se mais de 9 mil inscrições. Durante todo o ano de 2011 houve mais de 16 mil novos inscritos.
As autoridades portuguesas estimam que, por ano, entre 120 e 150 mil portugueses abandonam o país.
Correio da Manhã, aqui.