«A importância dos luso-eleitos na promoção do
Portugal moderno» foi u tema debatido durante o I Encontro Mundial de
Luso-Eleitos, que decorreu em Cascais, Portugal. Os luso-eleitos
defenderam uma maior articulação de Portugal com as forças políticas de
origem portuguesa que existem no estrangeiro, pois "o papel da promoção
do Portugal moderno, cabe aos dois lados do Atlântico", como afirmou um
dos participantes.
Moderado por Carlos Morais, administrado de «O
Emigrante/Mundo Português», o painel foi apresentado por Manuela Aguiar,
ex-deputada pela Emigração e presidente da Associação Mulher Migrante,
Hermano Sanches Ruivo, vereador na Câmara de Paris e António (Tony)
Cabral, senador no Senado Estadual de Massachusetts, Estados Unidos.
Afirmando
que há muitas formas de «regressar» a Portugal, Manuela Aguiar disse
que o Encontro integra-se no que denomina de "políticas de reencontro
dos portugueses com Portugal". "O regresso geográfico pode ser
impossível, mas é sempre possível o regresso à cultura portuguesa, que
pode passar pela língua, mas também a ultrapassa", afirmou, para
defender que "é muito importante para este regresso, a imagem que
Portugal dá e si próprio". "E nenhuma melhor imagem poderá Portugal dar
de si próprio, do que os eleitos que são portugueses ou descendentes e
que se afirmam como tal. É esta força que se espera de um encontro deste
género", desejou.
Hermano Sanches Ruivo considerou ser "muito
importante" a participação dos luso-eleitos na promoção do Portugal
moderno, mas salientou que mas salientou que é fundamental que estejam
cada vez mais cada vez mais inseridos nas sociedades onde atuam. "Quanto
mais franceses formos, mais poderemos apoiar Portugal. Quanto maior for
o nosso poder, cada vez será maior a nossa capacidade de dizer «aqui,
eu quero Portugal»", afirmou.
Luis Miranda, presidente da Câmara de
Anjou, no Canadá, concordou que os luso-eleitos tenham um papel a
desempenhar na promoção de Portugal nos países onde estão. Mas afirmou
que esse papel poderia ser mais preponderante em países como o Canadá,
onde há um número considerável de portugueses. "São raros os políticos
de origem portuguesa, porque os portugueses não se implicam na
política", afirmou o autarca, que foi eleito pela primeira vez em 1989,
sendo o luso-eleito com mais tempo de política naquele país.
Opinião
que foi de encontro às palavras proferidas pelo secretário de Estados
das Comunidades Portuguesas, no discurso de boas-vindas aos
participantes. Recordando que "ter este número de conselheiros,
deputados, senadores e presidentes de Câmara era impossível há anos
atrás", José Cesário defendeu a necessidade de se "fomentar a
participação" política nesses países, mesmo "sabendo que o povo
português é avesso a essa participação política".
António (Tony)
Cabral, senador no Senado Estadual de Massachusetts sublinhou que o
papel da promoção do Portugal moderno "cabe aos dois lados do
atlântico". "O governo português tem um papel a desempenhar na promoção
do país, o nosso será o de facilitar essa promoção nos países onde
estamos", afirmou o senador, defendendo a necessidade de se trabalhar
para a existência de uma comunidade luso-americana "mais forte, politica
e economicamente". "Será assim que iremos ajudar a promover Portugal",
disse, lembrado que "Portugal tem ainda muita «publicidade» a fazer do
país".
Opinião idêntica expressou Alexandra Mendes, presidente do
Partido Liberal no Quebeque, Canadá, que lamentou a "enorme falta de
promoção turística de Portugal" na América do Norte. "Há muita
divulgação de Portugal na Europa, não há nenhuma na América do Norte. O
Canadá foi um dos países que atravessou a crise nos últimos anos
razoavelmente bem, e tem um potencial de turistas bastante grande, que
não aproveitamos", explicou.
Quanto ao papel que poderão desempenhar
os luso-eleitos, Hermano Sanches Ruivo afirmou porém que o lóbi político
"é fundamental". "Se eu conseguir explicar aos meus 37 pares do
executivo na Câmara de Paris porque a cultura portuguesa também deve
estar presentes nos eventos, se conseguir explicar porque Lisboa, Porto,
etc, devem integrar as ações e intercâmbio ligadas à juventude que
organizam, eu estarei a colocar Portugal no mapa da Câmara", defendeu.
Para Cristela de Oliveira, conselheira municipal e Adjunta do presidente
da Câmara de Corbeil-Essones, para além dos laços políticos, "é
importante desenvolver as ligações económicas com Portugal". "Todos nós
temos cargos de responsabilidade nos nossos países e podemos apoiar
Portugal também no campo económico", sublinhou.
Ana Grácio Pinto
apinto@mundoportugues.org
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