O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros considerou hoje, no parlamento, "um excelente sinal" o aumento das remessas dos emigrantes nos primeiros meses do ano, mas o Bloco de Esquerda afirma ser preciso não "embandeirar em arco".
"Eu acho um excelente sinal que as remessas dos emigrantes tenham aumentado. Os emigrantes estão a enviar mais remessas para o país, num momento que é especialmente difícil", disse Paulo Portas na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, que decorre na Assembleia da República.
O chefe da diplomacia portuguesa afirmou que se trata de "uma grande lição de humildade para os que fazem críticas", frisando: "Significa que somos dez milhões a lutar contra esta crise e mais cinco milhões, que estão emigrados".
O deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, elogiou a atitude dos emigrantes portugueses, mas sublinhou que não se pode "embandeirar em arco", porque o envio de remessas corresponde às necessidades cada vez mais "graves" do país.
Apesar das questões sobre o conflito na Síria, "Primaveras Árabes" e Guiné-Bissau terem sido abordadas, os assuntos económicos e europeus relacionados com a crise estão a marcar a comissão de Negócios Estrangeiros, com críticas da oposição às medidas de austeridade defendidas pelo Governo.
Os comunistas criticaram a falta de medidas para o crescimento económico, sem as quais consideram que não é possível equilibrar as contas públicas. "O salário médio de Portugal diminuiu sete por cento", disse Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP.
"Não acredito na política de salários baixos", respondeu Paulo Portas, salientando que são necessárias "leis laborais mais flexíveis" e que é importante haver "leis que tornem mais fácil contratar e não tornem impossível despedir".
Lusa / SOL, aqui.