François Hollande foi eleito Presidente da República com 51,67 por cento dos votos, contra os 48,33 conseguidos pelo Presidente cessante, Nicolas Sarkozy.
Para o socialista Hermano Sanches Ruivo, vereador na câmara de Paris, esta vitória vai permitir "trabalhar a visibilidade de Portugal em França e da comunidade portuguesa no país".
"Não tenho dúvida de que não fará qualquer diferença o facto de os governos dos dois países serem de cor política diferente. Continuará a haver colaboração entre os dois países. E o meu sentimento é o de que os autarcas de origem portuguesa em França, tanto de esquerda como de direita, vão poder defender, ao mais alto nível, Portugal e a comunidade portuguesa", disse à agência Lusa.
Hollande, acredita, estará mais recetivo do que Nicolas Sarkozy esteve para ouvir os portugueses sobre, por exemplo, o envelhecimento da comunidade em França ou sobre o ensino do português.
Para a autarca do partido União por Um Movimento Popular, do ex-Presidente Sarkozy, Cristela de Oliveira, vereadora na câmara de Corbeil-Essonnes, esta mudança em França "não vai mudar nada para a comunidade portuguesa", que, diz, "continuará a viver e a trabalhar como fez até aqui, com todos os presidentes".
Contudo, acrescentou, no que respeita a Europa, haverá mudanças.
"Estou muito preocupada com o futuro da União [Europeia]. Muitos dos socialistas que provavelmente integrarão o Governo e outras instituições votaram não à Constituição Europeia", disse.
Os dois autarcas concordam num ponto apenas. De que é preciso continuar no terreno a preparar a próxima batalha: as legislativas de 10 e 17 de junho.
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