A economia angolana deve crescer 8, 2 por cento este ano, ajudada pela retomada das operações petrolíferas, de acordo com o relatório "Perspectivas Económicas em África 2012", que igualmente projecta uma queda da inflação de 13,5 por cento para dez por cento.
O relatório, produzido em conjunto pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), pela Comissão Económica da ONU para a África (UNECA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), foi divulgado no início da assembleia anual do BAD em Arusha, Tanzânia, que decorre até sexta-feira.
"Em 2011, o forte crescimento do sector não petrolífero foi contrabalançado por uma descida nas receitas do petróleo, como resultado da baixa produção e das exportações. Mas espera-se que o Produto Interno Bruto (PIB) real cresça substancialmente, porque os campos petrolíferos estão a retomar a actividade normal e novos projectos começam a produzir", refere o relatório.
De acordo com o documento, a inflação cai de 13,5 por cento para dez por cento em 2012 e para apenas um dígito no próximo ano.
A maior parte do desemprego, que o relatório estima em 26 por cento da população, afecta a mão-de-obra não qualificada, mas surge agora um número crescente de jovens desempregados com formação que não corresponde às necessidades do país, refere o relatório.
Um crescimento económico, na ordem dos 10,38 por cento, é a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Angola, este ano.
Optimismo
O Executivo angolano é mais optimista e prevê que a economia cresça na ordem dos 12,8 por cento porque, neste momento, há oportunidades em quase todos os sectores de actividade.
Angola está pronta para receber os que queiram investir e ajudar a dinamizar e consolidar a economia. Uma das dez áreas prioritárias é a da formação. Mas tendo em conta que a produção petrolífera está a crescer, o investimento pode recair sobre outras áreas: construção, fiscalidade, saúde, ensino, banca, comunicação, marketing, engenharia e turismo.
O FMI diz que Angola é "um país de oportunidades" e os salários são aliciantes. A empregabilidade e a dinâmica da economia estão garantidas durante anos.
Empreendedorismo
Angola também tem os olhos virados para o empreendedorismo e a inovação. Porque à medida que fortalece o sistema universitário, aspira a padrões de negócios e competitividade que vão além dos negócios tradicionais e abraçam os desafios da tecnologia.
O Observatório da Emigração dá nota de que nos últimos seis anos, mais de 70 mil portugueses emigraram para encontrar emprego. Angola foi um dos destinos escolhidos pelos portugueses e são inúmeras as empresas que têm nascido neste país e que têm criado postos de trabalho.
A única contrariedade é que investir em Angola continua a ser complicado porque a burocracia é muita e os contratos levam tempo a ser firmados. Mesmo assim, são cada vez mais os que arriscam.
Jornal de Angola, aqui.