Celso Filipe cfilipe@negocios.pt
A comunidade portuguesa em Angola teme ser alvo de retaliações devido às investigações que estão a ser feitas pelo DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal) a cidadãos angolanos. A existência deste receio é avançada na edição de hoje do "Novo Jornal".
Este semanário angolano dá mesmo conta que "três dos mais altos colaboradores do presidente Eduardo dos Santos e um influente magistrado da Procuradoria-Geral da República Angola estão a ser alvo de uma investigação ordenada pelo DCIAP doMinistério Público português", o que está a provocar indignação em Angola.
A busca feita pelas autoridades portuguesas à imobiliária "Porta Aberta", onde angolanos terão uma participação, é dada como exemplo de uma situação que causou mal-estar.
Segundo o "Novo Jornal" as autoridades portuguesas terão referido que por causa do envolvimento angolano foi usado "dinheiro roubado e sujo". As fontes citadas por este jornal lembram que além de angolanos, estavam também envolvidos neste negócio investidores portugueses, russos e brasileiros, mas só aos angolanos foi exigida a apresentação de todos os contratos.
"Estamos perante uma actuação claramente xenófoba e racista, que não merecendo o troco pela mesma moeda, não será, porém, ignorada por nós", avisa uma fonte da justiça angolana citada pelo "Novo Jornal". Em Luanda, diz a publicação, existe a convicção de que está a ser levada a cabo pelo juiz Carlos Alexandre" uma "ofensiva" contra o poder político e o investimento angolano em Portugal. Uma fonte do Governo português garantiu a semana passada ao semanário "Sol que "o capital angolano é muito bem-vindo em Portugal".
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