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Venezuela: Idosos portugueses em situação de carência social
2012-03-12
Estão a crescer as dificuldades para os "avozinhos" portugueses na Venezuela, alerta o consul de Los Altos Mirandinos, onde residem cerca de 40 mil emigrantes lusos, alguns já a dormir ao relento

Na localidade venezuelana de Los Altos Mirandinos, a sul de Caracas, são cada vez mais frequentes os casos de "avozinhos" portugueses que vivem com muitas dificuldades, alertou o cônsul honorário de Portugal na cidade de Los Teques.

"Vejo aqui, dia após dia, que uma grande parte da nossa comunidade são pessoas que têm necessidades, não é aquela coisa que se está habituado a ver: o português à frente do seu negócio, na agricultura, na floricultura ou no comércio. Por coisas da vida têm as suas necessidades já pela idade, aos seus 60, 70 e 80 anos", disse Pedro Gonçalves à Agência Lusa.

Segundo aquele responsável é uma "dura" realidade que "contrasta" com a ideia generalizada de que todos os portugueses da Venezuela são ricos ou vivem comodamente, uma situação que ficou "a descoberto" nos últimos anos, principalmente depois da abertura do consolado honorário de Portugal na localidade.

Na Venezuela é comum, sobretudo na imprensa, usar-se a expressão "avozinhos" para referir pessoas da terceira idade.

Os Altos Mirandinos são uma região situada a 30 quilómetros a sul de Caracas, a zona mais alta e povoada do Estado de Miranda.

Nela está a cidade de Los Teques, capital do Estado, e os municípios Guaicaipuro, Carrizal e Los Salias, onde é visível a presença de portugueses que, dispersos por toda a região, têm ainda importantes núcleos populacionais em Santo António de Los Altos, San Pedro de Los Altos e San José de Los Altos.

O cônsul precisou que em Los Altos Mirandinos residem aproximadamente 40 mil portugueses, alguns dos quais em situações muito difíceis, inclusive a viver ao relento, sem um sítio onde dormir minimamente confortável.

"Os portugueses caraterizam-se por ser pessoas de muito trabalho, mas nem tudo corre bem para alguns. Uns porque foram empregados, outros 'pela cabeça'. Para alguns, mesmo estando na agricultura e na floricultura, as coisas não foram fáceis. Nem todos tiveram sorte, nem todos conseguiram sucesso na vida, que continuou avançando e a velhice chegou", contou.

Segundo Pedro Gonçalves tem havido algumas ajudas económicas do Governo português e a própria comunidade organiza-se para os compatriotas, realizando bingos e arraiais para recolha de fundos, um apoio que tem de ser reforçado, principalmente porque um importante número de portugueses não recebe o Apoio Social ao Idosos Carenciado.

Por outro lado, em relação aos comerciantes da zona, explicou que "a primeira queixa é a insegurança", mas que se trata de uma situação que afecta por igual todos os cidadãos radicados no país. "As autoridades venezuelanas fazem tudo o que podem para ajudar nesse tema da insegurança. É uma situação a nível nacional, política", frisou.

Correio da Manhã, aqui.

 

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