Lisboa, 13 jan (Lusa) - O Instituto de Segurança Social (ISS) disse hoje que o banco está a "averiguar" a origem dos atrasos nas pensões de dezembro de um grupo de emigrantes portugueses na Austrália, afirmando que os cheques foram enviados normalmente.
"Foram recebidas algumas reclamações (telefónicas, por fax e por e-mail), tendo sido confirmado o processamento da pensão e a correção da morada. Foi dado conhecimento desta situação ao banco pagador que informou não ter havido, nem ter conhecimento de, qualquer anomalia na emissão e expedição dos cheques. Face às reclamações, o banco está a averiguar o sucedido", disse fonte do ISS numa resposta por e-mail enviada à agência Lusa.
Mais de meia centena de pensionistas emigrantes na Austrália queixam-se de não ter recebido a prestação de dezembro e temem que o atraso possa estar relacionado com os cortes nas reformas recentemente divulgados em Portugal.
"Os pensionistas portugueses na Austrália não receberam a pensão do mês de dezembro. Ninguém recebeu", disse à agência Lusa, por telefone, a partir de Sidney, Teresa Ventura, uma das pensionistas afetadas.
Teresa Ventura explicou que costuma receber a pensão portuguesa entre os dias 22 e 25 de cada mês, adiantando que em dezembro o cheque não chegou.
Na tentativa de perceber se haveria mais afetados, a emigrante, que reside na Austrália há mais de 20 anos, publicou um anúncio num jornal local e, desde então, o telefone não tem parado de tocar.
"Há dias que estou a receber chamadas de pessoas que não receberam a pensão e também não receberam qualquer informação", disse, adiantando que já atendeu mais de 60 pessoas com queixas sobre a falta dos cheques.
Teresa Ventura estima que vivam na Austrália entre 50 e 60 mil pensionistas portugueses, com reformas que rondam os 200 euros, e acredita que ninguém estará a receber.
A fonte do ISS explicou que "as pensões dos residentes no estrangeiro são pagas através de uma entidade bancária internacional (...) por meio de cheque enviado por carta para a morada do pensionista".
Acrescentou que "os cheques são emitidos pelo banco todos na mesma data" e que o "desfasamento entre a emissão e a receção tem a ver com a distribuição postal nos respetivos países".
"Por isso, os cheques têm a validade de 90 dias a fim de permitir ao destinatário o seu recebimento", referiu a fonte do ISS, adiantando não ter conhecimento de "qualquer perturbação" no pagamento das pensões nos restantes países.
CFF.
Lusa/Fim, aqui.