Os portugueses residentes na República Democrática do Congo aguardam com tranquilidade os resultados das eleições legislativas e presidenciais no país, que começaram esta segunda-feira.
De acordo com a agência Lusa, as eleições irão escolher os 500 deputados da assembleia Nacional e o Presidente, de entre 11 candidatos. O processo eleitoral está a «correr como previsto», indicou o embaixador português em Kinshasa, João Perestrello.
Os cerca de 750 portugueses a viver no Congo aguardam tranquilamente a decisão dos congoleses, que «estão a decidir o seu futuro da forma democrática que escolheram», disse .
Segundo o embaixador português, «em geral as operações estão a decorrer de forma satisfatória, com os imprevisíveis do tempo», já que o país está em plena época de chuvas.
No entanto, houve «algumas dificuldades em algumas assembleias de voto», quando populações do leste do país queimaram urnas de voto por pensarem que já continham boletins pré-marcados no interior.
«Isso são incidentes pontuais num território imenso em que a população congolesa tem primado pelo respeito e pela dignidade», sustentou Perestrello.
Nas eleições de 2006, havia exércitos privados dentro da cidade uma vez que os candidatos, oriundos de movimentos de libertação, estavam envolvidos em actividades paramilitares.
«Pensa-se que hoje não haja tantos riscos como em 2006, mas foram tomadas precauções pelas autoridades e pelos vários países», explicou.
A comunidade portuguesa na República Democrática do Congo, que chegou a ser de 30 mil pessoas, ronda hoje os 750 cidadãos. Há uma nova geração que se instalou na província de Katanga e está envolvida na construção e recursos minerais e há também a comunidade mais tradicional, ligada ao comércio de produtos alimentares, que tem supermercados de referência na cidade.
Cerca de 32 milhões de eleitores congoleses foram chamados às urnas esta segunda-feira e milhares de efectivos das forças de segurança estão destacados para garantir a ordem, apesar do clima de tensão no país.
A situação agravou-se no sábado com confrontos entre apoiantes do candidato e actual Presidente, Joseph Kabila, e de Etienne Tshisekedi, líder da oposição, que provocaram dois mortos e vários feridos.
Mais de 2.500 observadores nacionais e 300 internacionais supervisionarão as eleições, além de uma missão de 146 representantes enviados pela União Europeia.
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