Lisboa - O coordenador do Conselho das Comunidades Portuguesas na Suíça (CCPS), Manuel Beja, lamentou hoje o desinteresse dos luso-descendentes pela política e, nomeadamente, pelas eleições legislativas que vão decorrer no domingo no país.
"Não, infelizmente (os luso-descendentes) não mostram grande interesse pela participação política. É pena, porque poderiam ter uma palavra importante a dizer e, ao mesmo tempo, uma palavra que viesse a beneficiar a integração da comunidade portuguesa em terras helvéticas", referiu à Agência Lusa o conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP).
Segundo Manuel Beja, "não existe ainda esta mobilização (política dos luso-descendentes), ainda não existe esta consciência."
"Mas, nós pensamos que no futuro, talvez, se façam progressos", acrescentou.
O representante do CCP acrescentou que verificou as listas de candidatos dos vários partidos e não encontrou portugueses com nacionalidade suíça ou luso-descendentes na disputa eleitoral de domingo.
O conselheiro português sublinhou que a participação popular nas eleições na Suíça, em geral, são baixas e no sufrágio de domingo deve haver uma percentagem ligeiramente maior por serem legislativas, mas "não deve passar muito além dos 50 por cento".
O instituto de pesquisa GFS.BERN avaliou, numa pesquisa realizada entre 08 e 10 de Outubro, que a taxa de participação nas legislativas deverá ficar em torno dos 49 por cento, próximo ao das últimas eleições, em 2007.
O voto na Suíça, que tem 7,8 milhões de habitantes, não é obrigatório.
No domingo, 5,1 milhões de suíços participam no sufrágio e, pela primeira vez, em eleições legislativas no país, será permitido votar pela Internet em quatro cantões e também aos suíços no estrangeiro.
O instituto GFS divulgou que as forças políticas não vão sofrer grande alteração, ficando o Partido do Povo Suíço (SPV/direita) com 29,3 por cento dos votos, seguido pelo Partido Socialista, com 19,9 por cento, e o Partido Liberal Radical (PLR/direita), com 15,2 por cento.
Entre os pequenos partidos, os Verdes e os de direita tem vindo a ganhar força. Na Suíça, segundo Manuel Beja, "220 mil portugueses têm residência fixa".
Beja destacou que a crise económica em Portugal é a responsável pelo aumento do número de portugueses na Suíça.
"Há muitos jovens com grandes qualificações que têm escolhido a Suíça para emigrar. Há, por exemplo, enfermeiros portugueses no país", especificou o conselheiro.
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