Com os cortes previstos no Orçamento do Estado para 2012, "há o perigo de alguns jovens cérebros brilhantes se sentirem tentados a ir para fora de fronteiras e, pior do que isso, a lá ficar. Para eles poderia ser bom, mas era mau para nós", disse o físico à agência Lusa.
Para "contrariar activamente" a tendência de êxodo de jovens "a quem demos bolsas e temos de dar vida", o docente da Universidade de Coimbra defendeu maior ligação da ciência à universidade e, dentro desta, maiores oportunidades para os jovens "cérebros".
"Montou-se um sistema de ciência muito dinâmico nos últimos tempos, mas em grande parte ele está ao lado da universidade. É preciso pô-lo mais lá dentro. E contratar os jovens para a universidade, que tem um corpo docente que está a ficar envelhecido", afirmou Fiolhais.
"Não basta dar-lhes apenas uma bolsa, mas dar-lhes também a possibilidade de ascenderem à cátedra e criarem os seus grupos de investigação dentro da universidade", defendeu.
Para o físico, "mais importante do que isso é a ligação dos jovens talentos à economia. É preciso que os jovens brilhantes na investigação vão também para as empresas. E é preciso que as empresas percebam que tem ali também uma maneira de segurar o futuro".
Correio da Manhã, aqui.