FR
Início / Recursos / Recortes de imprensa / 2011
“A Alemanha tem falta de quadros qualificados”
2011-10-02
O director da Câmara de Comércio Luso-alemã não tem dúvida que os portugueses se vão adaptar bem ao mercado alemão.

Andrea Duarte e Madalena Queirós  

Hans-Joachim Böhmer destaca que esta pode ser uma oportunidade para os portugueses que estão no desemprego. A Alemanha tem um problema estrutural de falta de quadros qualificados. Importante é aprender a falar alemão. Embora haja algumas ofertas que não o exigem. Enfermagem, engenharias, hotelaria e turismo são algumas das áreas com falta de profissionais.

Quais são as principais áreas em que há procura na Alemanha? 
O Instituto de Emprego e Formação Profissional e a sua congénere alemã fizeram um levantamento e identificaram três áreas em que há uma grande procura na Alemanha e uma grande oferta em Portugal. São elas a Saúde, especialmente enfermeiros e enfermeiras, a segunda é os engenheiros e a terceira é a área de hotelaria e turismo. Foi definido pelas duas estruturas que nestas três áreas irão ser feitos os primeiros esforços de encontro da procura com a oferta. Foram promovidos dois encontros para se apresentarem as oportunidades neste sectores. Para esse efeito deslocaram-se a Portugal alguns empregadores. Mas para a grande maioria da oferta é imprescindível dominar o alemão. Há um caso específico que é um exemplo que é o dos enfermeiros. A Alemanha tem um défice e Portugal tem um superavit. Há casos de enfermeiras que estão a ir para a Alemanha.

Quando será a próximo encontro?
A próxima será ao nível europeu, em 21 e 22 de Outubro, em Aveiro. É o European Job Fair 2011. Basicamente, é para oferecer oportunidades aos portugueses que quiserem ir para esses países. Além da Alemanha, há ainda oportunidades nos países nórdicos, mas também na Grã-Bretanha.

Há uma necessidade de imigrantes qualificados?
É exactamente essa a base de todo este desenvolvimento. Devido ao crescimento económico que a Alemanha teve nos últimos tempos, há uma falta de mão-de-obra qualificada. E o instituto alemão tem uma estratégia para preencher essas lacunas. Há uma lista de dez medidas, e uma delas é encontrar pessoas no estrangeiro, para além de acções como combater o abandono escolar e universitário, por exemplo. A medida de procurar pessoas no estrangeiro destina-se às pessoas que em Portugal não encontram emprego ou que estão empregadas, mas não na sua área de formação . Para os portugueses, esta pode ser uma oportunidade de trabalhar num outro país, numa outra realidade, para ganhar experiência.

Para esses quadros portugueses, quais são as vantagens de trabalhar na Alemanha?
De uma forma geral, além de conseguirem um bom emprego, irão encontrar novas experiências profissionais, diferentes do seu país. Vão encontrar outras mentalidades, pessoas que agem e sentem de formas diferentes. E um dos grandes desafios para um emigrante é adaptar-se às pessoas do outro país. Mas, se o conseguir fazer isso dar-lhe-á uma grande flexibilidade para contactar com outras pessoas, com pessoas de países que ainda não conhece. É uma experiência que vai para além do profissional. Porque somos diferentes, os alemães e os portugueses. Mas a anterior vaga de emigrantes que chegaram lá nos anos 60 e 70 adaptou-se muito bem. E os novos quadros portugueses estão mais bem preparados e não tenho dúvidas que também se vão adaptar.

Mas aconselha os portugueses a aprender alemão?
Sim, embora dependa dos casos. Mas há muitas empresas alemãs cá que também requerem dos seus trabalhadores falarem alemão. É valioso, quando não é essencial. O alemão, na grande maioria dos casos, é imprescindível. Há que ver caso a caso, se é necessário ou não. Mas, de uma forma geral, o alemão, não com um domínio perfeito mas suficiente para uma pessoa se saber expressar, é necessário. Mesmo que um engenheiro trabalhe com um engenheiro alemão, que saiba inglês, tem de interagir com pessoas que não terão esse nível de formação, nem dominarão o inglês.

Económico, aqui.

Observatório da Emigração Centro de Investigação e Estudos de Sociologia
Instituto Universitário de Lisboa

Av. das Forças Armadas,
1649-026 Lisboa, Portugal

T. (+351) 210 464 322

F. (+351) 217 940 074

observatorioemigracao@iscte-iul.pt

Parceiros Apoios
ceg Logo IS logo_SOCIUS Logo_MNE Logo_Comunidades