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ART’Camacha recorda emigrantes madeirenses
2011-08-15

O secretário regional dos Recursos Humanos, Brazão de Castro esteve, ontem no X Dia do Camacheiro Emigrante, integrado no ART'Camacha 2011 - XXIII Festival de Arte Camachense que decorre, até amanhã, no Largo da Achada. 
Brazão de Castro, que tutela a pasta da Emigração é, desde há vários anos, um dos convidados de honra. "Foi com muito prazer que, mais uma vez, este ano aqui estou", disse o secretário regional ao JORNAL da MADEIRA. O Dia do Camacheiro Emigrante contempla diversas iniciativas mas surgiu, nesta edição do ART'Camacha, com uma novidade, a realização de uma conferência. O tema escolhido foi a "Emigração madeirense para Trinidad e Tobago - Ilhas de passagem - EUA e Venezuela", cujo orador foi o Mestre Vítor Paulo Teixeira (na foto, à esq. do secretário).
A propósito do tema, o governante recordou a passagem, recente, pelo Funchal, de Joane Ferreira, neta de um madeirense que emigrou para Trinidad e Tobago e que "veio à Madeira, na ânsia de conhecer as suas origens, os seus antepassados, no caso, pessoas de Machico".
Brazão de Castro enalteceu o trabalho da Casa do Povo da Camacha que "ao longo dos anos, tem-se empenhado nesta organização" e, em especial, "por fazer incluir na sua organização este dia dedicado ao camacheiro emigrante". A propósito recordou que "a Madeira tem, realmente, uma diáspora que é extremamente significativa, muito mais expressiva, inclusivamente, em termos numéricos do que os próprios madeirenses que aqui estão", sublinhou. "Na Madeira somos cerca de 260 mil, mas somos um milhão no mundo".Emigração para Trinidad e Tobago

A temática da "Emigração madeirense para Trinidad e Tobago - Ilhas de passagem - EUA e Venezuela" resulta de uma tese que Vítor Paulo Teixeira concluiu em 2009. Em pouco mais de meia hora traçou dois séculos de história, nesta conferência decorrida no auditório da Casa do Povo da Camacha, na qual marcaram presença entidades e demais populares. 
Mestre em Estudos Interculturais - Luso Brasileiros (Linguísticos e Culturais), Vítor Paulo Teixeira, natural da Camacha explicou ao JM que "a emigração para Trinidad e Tobago, ao largo da Venezuela foi muito marcante ao longo de todo o século XIX até o século XX". 
No entanto, foi entre 1830-40 que se deu a grande vaga de emigração da Madeira para aquelas ilhas. "A década de 40 é muito marcada pelo Robert Kelly, o missionário protestante, os tumultos que houveram, os problemas e essa dita emigração forçada", explicou. Já nos primórdios do século XX foi lançada a Associação 1.º de Dezembro em Trinidad, que ainda existe. 
Os emigrantes que se encontravam em Trinidad e Tobago, muitos deles, emigraram para a Venezuela e para os EUA, à procura do "El Dorado", atraídos pelo sonho do ouro e do petróleo. Uma das curiosidades foi o facto dos madeirenses terem sido os primeiros a chegar a Nova Iorque, à zona onde se encontravam as torres gémeas e do presidente dos EUA, Abraham Lincoln ter acolhido madeirenses cuja esposa usava bordado Madeira. O Mestre em Estudos Interculturais constatou, ainda, que membros da comunidade de Trinidad que foram presidentes de Câmara assim como o realizador Sam Mendes, são descendentes de madeirenses, sem esquecer J.B. Fernandes, que deu o nome a uma associação que tem apoiado causas na Região.
De acordo com Vítor Paulo Teixeira "continua a existir a comunidade e a associação lusa em Trinidad" que "mantêm as tradições quer na gastronomia, quer na cultura, chegou a haver uma banda filarmónica que acabou por desaparecer, mas o clube português continua a manter essas raízes madeirenses".Élia Freitas

Jornal da Madeira, aqui.

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