O deputado social-democrata pela Europa, Carlos Gonçalves, defendeu esta segunda-feira a necessidade de acompanhamento dos crescentes fluxos migratórios de portugueses, numa altura em que é cada vez mais difícil encontrar trabalho no estrangeiro.
"Há fluxos migratórios para o estrangeiro que nos últimos anos têm vindo a crescer de forma bastante acentuada (...) e é preciso ter em conta que há crianças em idade escolar e famílias que chegam num momento que não é o mais favorável para encontrar emprego nesses países. É preciso também acompanhar esta questão", disse Carlos Gonçalves.
O deputado falava à Agência Lusa depois de uma visita às comunidades de Estrasburgo (França) e Luxemburgo, e antes de participar nas Jornadas Parlamentares do PSD, que começam também esta segunda-feira, no Fundão, dedicadas à Economia Social e Solidariedade.
Para Carlos Gonçalves, é preciso que, num debate como o das jornadas parlamentares, "haja consciência" de que há muita gente a deixar Portugal.
"Os problemas que o país vive levam as pessoas a sair e não levam só a sair as pessoas que têm formação académica superior como alguns tentam dizer", sublinhou.
No Luxemburgo, Carlos Gonçalves esteve também reunido com dirigentes sindicais com quem abordou a recente falência da empresa de construção luxemburguesa Socimmo, que mandou para o desemprego 420 trabalhadores portugueses.
"A informação que tive é que a grande maioria dos trabalhadores serão absorvidos no mercado de trabalho por outras empresas", disse, acrescentando que a percentagem dos desempregados entre a comunidade portuguesa no Luxemburgo se "tem mantido estável ao longo dos anos".
Segundo as estatísticas oficiais, residem no Luxemburgo 76.600 portugueses, mas fontes da comunidade garantem que com as chegadas dos últimos anos o número de emigrantes poderá chegar já aos 100 mil.
Os portugueses trabalham maioritariamente por conta de outrem em setores como a construção civil e obras públicas, serviços domésticos, hotelaria, restauração, agricultura, indústrias e serviços (bancos e seguradoras).
O desemprego entre a comunidade portuguesa atinge os 30 por cento.
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