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Futebol: Portugal no topo dos países exportadores de jogadores
2011-07-18
O futebol português é, cada vez mais, uma porta de saída para outros campeonatos. No total há cerca de 268 atletas a jogar em 34 países, de todos os continentes...

De acordo com a lista publicada no site do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol na Internet, que está, de acordo com o organismo, "o mais actualizada possível", há cerca de 268 atletas portugueses a jogar no estrangeiro. 
As opções são mais do que muitas e há portugueses nos quatro cantos do Mundo, distribuídos por 34 países. Jogam nos destinos mais tradicionais, como Espanha, França, Alemanha ou Inglaterra, ou em sítios difíceis de imaginar, como Israel, onde está Luís Torres, ou a China de Ricardo.
Mas os países com maior representatividade são, além da Espanha, o Chipre, o Luxemburgo, a Suíça e a Roménia, os verdadeiros El Dorado para os futebolistas portugueses. Esses quatro países reúnem quase metade dos emigrantes, com o campeonato cipriota a ser o mais procurado, com - em 2010/11 - 44 jogadores, seguindo-se o luxemburguês, com 23, o suíço, com 22, e a Roménia, com 20 jogadores. 
Há também aqueles que fazem o percurso inverso ao tradicional do mercado português. 
Com o contingente brasileiro a representar, na época passada, e segundo o "Estudo demográfico dos futebolistas na Europa", elaborado pelo Observatório dos Jogadores Profissionais de Futebol, 34,6 por cento do total de jogadores da Liga Portuguesa de Futebol, os naturalizados Deco e Liedson escolheram por exemplo voltar ao campeonato que os "descobriu", ingressando, respectivamente, no Fluminense e no Corinthians.  
E há ainda aqueles que preferiram sair, por sua conta e risco, seduzidos por propostas milionárias ou pela dimensão dos seus clubes de destino. 
Cristiano Ronaldo é o melhor exemplo de um grupo que também inclui Pepe, Ricardo Carvalho e Fábio Coentrão seus companheiros no Real Madrid, os "ingleses" Nani, Raul Meireles e Paulo Ferreira, os "italianos" Miguel Veloso e Eduardo, os "russos" Bruno Alves e Danny ou os "turcos" Simão, Hugo Almeida, Manuel Fernandes e Quaresma.
Os restantes 378 jogadores partiram, sobretudo, para a Europa, com especial destaque para a zona ocidental, com 137, mais 34 dos que foram para o lado central e oriental. Na análise à saída de jogadores por nacionalidades, os brasileiros são quase metade dos futebolistas transferidos de Portugal para o estrangeiro, com 320 jogadores. 
Os portugueses ocupam apenas o segundo lugar desta lista, com 97 jogadores lusos a saírem para o estrangeiro, seguido dos franceses (37), dos italianos (26) e dos argentinos (19).
No entanto, se há países onde a comunidade portuguesa é representativa, há outros em que ser-se português é uma tarefa muito solitária.  Que o digam Bruno Simão, a jogar no remoto campeonato do Azerbeijão, Tonel, jogador do emblema croata Dínamo de Zagreb, Nuno Marques, empregado pelo Notodden da Noruega, Nelson Vieira, Moreira ou Yago Fernandez, únicos portugueses na Irlanda, Sérvia e Suécia, respectivamente. Israel, Malta, Escócia, Bulgária, Andorra, Angola, Arábia Saudita, Bélgica, Grécia, Holanda, Polónia e Ucrânia completam o lote de países onde há deslocados portugueses. 
Um dos destaques do estudo "Competição Fora das Quatro Linhas", da Universidade Católica, é a conclusão de que um terço das exportações de futebolistas de Portugal é para o Brasil, com os jogadores brasileiros a serem também os que mais saíram.  Entre 2003/04 e 2009/10, foram 242 os jogadores que saíram de Portugal em direcção ao Brasil, num período em que foram transferidos para o estrangeiro 686 futebolistas.
O estudo, que analisa as transferências dos clubes a Liga e a Liga de Honra, mostra que a Espanha é o segundo destino, com 53 jogadores exportados, seguido do Chipre (40) e da França (35).
Dos 686 jogadores exportados, 306 regressaram ao país do qual tinham vindo para Portugal, com a América do Sul a ser o principal destino dos "repatriados" (227), à frente da Europa Ocidental (49).
Curiosamente, nas sete temporadas analisadas pelo estudo da Universidade Católica, foram transferidos para Portugal 885 jogadores, o que dá uma média de quatro jogadores por clube em cada época. 
O "mercado" da América do Sul é o preferido dos clubes lusos, que recrutaram 525 futebolistas nestes campeonatos, a larga distância da Europa Ocidental, de onde partiram 189 jogadores, e da Europa Central, que contabiliza 73 exportações. Nesta lista, África foi a proveniência de 49 jogadores, a Ásia de 19, enquanto do Médio Oriente chegaram quatro e apenas dois viajaram da Austrália.
Na contabilização por nacionalidades dos jogadores, os sul-americanos são os mais importados pelos emblemas lusos, com 554, mais 400 do que os futebolistas da Europa Ocidental, enquanto africanos foram 108 os contratados em sete épocas.    

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