Em declarações à Lusa, o cônsul honorário Elias de Sousa referiu o descontentamento de muitos portugueses que pretendem que os filhos aprendam Português, inscrevem as crianças nos cursos e são depois confrontados com a falta de professores.
"Nesta altura nem há professor destacado em Durban nem em Petermaritzburg, a capital política da província e onde residem muitos portugueses. É lamentável o que se está a passar", acusa Elias de Sousa, que chamou a atenção para o problema do ensino do Português, actualmente gerido pelo Instituto Camões, num encontro da comunidade com o embaixador de Portugal na África do Sul, em Durban, no início de Abril.
O embaixador João Ramos Pinto justificou a situação com vários factores: grande distância do país relativamente a Portugal, dificuldades de instalação enfrentadas pelos novos docentes, fraco incentivo financeiro nas vagas a concurso e a diferença dos ciclos escolares.
"A dificuldade de contratação de professores em Portugal ou mesmo a nível local não é neste momento fácil e temos sentido que é mais difícil contratar docentes para o Kwazulu-Natal do que para Joanesburgo ou Pretória, mas é um esforço que temos de fazer", explicou o embaixador de Portugal.
Apesar das críticas, a comunidade portuguesa elogiou a mudança de instalações do consulado do centro da cidade, considerado uma zona perigosa, com trânsito intenso e difícil acesso, para um local mais tranquilo e seguro, que era uma aspiração antiga dos mais de 10 mil portugueses de Durban, na costa do Índico.
"As novas instalações do consulado-honorário são excelentes e têm tudo aquilo que nós, utentes, pedíamos: fácil acesso, ausência de criminalidade na zona e bons serviços", explicou José Ramos, um ex-fuzileiro das forças armadas portuguesas que combateu em Moçambique e hoje vive, já reformado, em Durban.
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