Início / Recursos / Recortes de imprensa / 2011
"A diminuição dos imigrantes portugueses é conjuntural"
2011-02-21
Três perguntas a Lorenzo López-Trigal, por Natália Faria

Professor catedrático na Universidade de Leão, Lorenzo López Trigal estuda há vários anos a comunidade portuguesa que se radicou em Espanha.

A quebra no número de imigrantes portugueses em Espanha é definitiva ou conjuntural?

Diria que é conjuntural e que haverá alguma recuperação, passada a crise actual. Neste momento, haverá à volta de 135 mil portugueses em Espanha e é natural que este número se reduza um pouco, mas a tendência será para se manter. Entre os portugueses, dois terços, uns 80 mil, serão imigrantes definitivos, com residência em Espanha, e os restantes são temporários que regressam a casa aos fins-de-semana ou de 15 em 15 dias. Os definitivos mantêm-se em Espanha, até porque voltar a Portugal não compensa. Entre os temporários, e aqui falamos de homens que trabalham na construção civil, recupera-se a situação de há uma década atrás, em que era mais atractivo ir para a Suíça ou para a França, mas acredito que, ultrapassada a crise, Espanha vai voltar a ser atractiva, até porque não há muitos trabalhadores espanhóis ou de outras procedências especializados na construção e obras públicas.

Numa entrevista, usou o termo "suización" para caracterizar a nova imigração portuguesa para Espanha.

Por causa desse carácter temporário que marcou também a imigração portuguesa para a Suíça. Em Espanha, há três fases: a primeira em 1960-70, quando os portugueses saem a caminho de vários destinos da Europa e alguns, creio que entre 20 mil a 25 mil, não chegam ao destino e acabam por ficar em Espanha; a segunda surge nos finais dos anos 80, na sequência da integração de Portugal e de Espanha na CEE; nesta terceira, há uma imigração procedente do Norte e Centro de Portugal, composta por homens, que vieram exercer trabalhos especializados na construção.

Qual o peso da nova imigração qualificada?

Essa imigração de pessoal muito preparado é possível que se mantenha, porque as empresas são multinacionais que precisam, como antes, de pessoal nos seus escritórios, sobretudo em Madrid. Não é possível saber qual o peso deste tipo de imigração, porque ela é muito flexível e muito variável.

Público, aqui.

Observatório da Emigração Centro de Investigação e Estudos de Sociologia
Instituto Universitário de Lisboa

Av. das Forças Armadas,
1649-026 Lisboa, Portugal

T. (+351) 210 464 322

F. (+351) 217 940 074

observatorioemigracao@iscte-iul.pt

Parceiros Apoios
ceg Logo IS logo_SOCIUS Logo_MNE Logo_Comunidades