O futebol, desde as suas origens, foi marcado pelo cosmopolitismo resultante da mobilidade internacional dos jogadores, circunstância que permitiu a disseminação do jogo à escala global. Mais recentemente, em virtude das metamorfoses do jogo por efeito de mecanismos de investimento, circulação e exploração de capital, tornou-se essencial a aquisição de jogadores capazes de maximizar resultados desportivos e financeiros, sendo que quando esses jogadores não existem no espaço nacional são intensamente procurados no estrangeiro. Assim, tal como noutras áreas da actividade económica, onde se verifica uma elevada mobilidade internacional de trabalhadores, também o futebol é alimentado por uma intensa migração internacional de jogadores, sendo por isso comum assistir a jogos onde as equipas são maioritariamente constituídas por jogadores estrangeiros. Também em Portugal as migrações de futebolistas, não sendo um fenómeno recente, adquiriram nos últimos anos enorme visibilidade pelo elevado número de jogadores estrangeiros a representar clubes portugueses, bem como pelo elevado número de jogadores portugueses a representar clubes estrangeiros.
O objectivo da sessão consiste em caracterizar o processo migratório de futebolistas em Portugal, não apenas os que entram, mas também os que saem, assumindo-os como migrantes altamente qualificados. Pretende-se problematizar o desporto como fenómeno social; compreender as dimensões políticas, económicas e culturais do futebol; conhecer os fluxos migratórios no futebol internacional e no futebol português; e problematizar as emigrações e imigrações do futebol português no âmbito da sociedade portuguesa.
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