A interrupção nos últimos anos da chegada de novos emigrantes à
província do Manitoba pôs termo ao "refrescamento natural" da
comunidade portuguesa nesta região do interior do Canadá, obrigando ao
lançamento de intercâmbios com as zonas de origem.
A necessidade
deste intercâmbio foi defendida por Mário Santos, presidente da
Associação de Portugueses do Manitoba, em declarações à Lusa no final
de uma visita realizada em Dezembro aos aos Açores, que teve como
principal objectivo alertar os dirigentes regionais para este problema.
Durante a estadia nos Açores, Mário Silva foi recebido em audiência
pela presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Berta Cabral.
Mário
Santos, que dirige há 15 anos aquela associação, que reúne cerca de mil
associados, dos quais 80 por cento de origem açoriana, frisou que, se
não for feita alguma coisa para "atrair os jovens (luso-descendentes no
Manitoba) a vir a Portugal, Portugal passa a ser (para eles) apenas um
país no mundo".
"Tem de haver um impulso das autoridades portuguesas" para garantir um "intercâmbio entre jovens de cá e de lá", advertiu.
A
Associação de Portugueses do Manitoba, com sede em Winnipeg, capital
desta província canadiana, tem 45 anos de actividade e dispõe de uma
filarmónica e de um parque recreativo próprio, promovendo várias
iniciativas nos domínios da cultura e do desporto.
Na província do
Manitoba residem cerca de 25 mil portugueses, tendo os primeiros
emigrantes chegado a esta região do interior do Canadá em meados da
década de 1950.
Segundo Mário Santos, muitos destes emigrantes são
idosos a precisar de apoio, o que justifica o envolvimento da
associação no funcionamento de um lar com capacidade para acolher entre
36 a 40 casais.
A cidade de Winnipeg fica a cerca de duas horas de
voo de Toronto, capital da província do Ontário, onde se concentra a
maioria dos emigrantes portugueses no Canadá
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