Os portugueses na Irlanda estão optimistas em
relação ao futuro e não temem a crise. Dizem que o nível de vida que
têm é superior ao que teriam cá. Por isso, não pensam sequer fazer as
malas e voltar para Portugal.
É o caso de André Pereira. Há
quase três anos na Irlanda, a trabalhar como responsável pelas relações
com clientes num conceituado hotel, este jovem de 25 anos admite que
2011 será um ano difícil, mas continua a ser melhor viver na Irlanda.
"Estou
um pouco apreensivo em relação à Irlanda. 2011 vai ser terrível porque,
além de nos cortarem nos rendimentos, aumentaram muito os impostos e
criaram novos impostos. Mas acho que continua melhor do que estar em
Portugal, sinceramente", explica à Renascença André Pereira.
Quem
também prefere continuar a viver na Irlanda é a enfermeira Ana Pereira.
Há mais de dois anos a trabalhar num hospital em Dublin, diz que o
aumento dos impostos não vai afectar a qualidade de vida que tem.
"O
aumento dos impostos na Irlanda vão afectar-me de uma forma diferente.
Em vez de poupar 600 ou 700 euros por mês, passo a poupar só 200 ou
300. Tem que ver com o nível de poupança", refere esta portuguesa.
Ana
Pereira acrescenta que não há uma diminuição do nível de vida e na
qualidade de vida, "enquanto se eu estivesse em Portugal nunca poderia
ter a qualidade de vida e fazer aquilo que faço na Irlanda com um
ordenado português".
David Meireles também já fez as contas. Este informático, de 26 anos, afirma que não vai ser dos mais afectados pela crise.
Há
menos tempo no país, Nelson Adão, de 24 anos, trabalha numa
multinacional ligada ao mercado financeiro e está convicto que o pais
sairá da recessão mais depressa que Portugal.
Estes são alguns
exemplos de portugueses a viverem na Irlanda. A nova vaga de emigrantes
é constituída por jovens, solteiros, entre os 20 e os 36 anos. A
maioria é recém-licenciada ou altamente qualificada em termos
profissionais.
Ana Lisboa
Rádio Renascença, aqui.