O Luxemburgo é um dos países europeus onde os efeitos da crise menos se faz sentir. Não está imune ao crescimento do desemprego, mas os esquemas de protecção social funcionam e poucos pensam em abandonar o país, muito menos os elementos da comunidade portuguesa.
José Trindade, presidente do Centro de Apoio Social Associativo (CASA) garante que os mais velhos estão perfeitamente integrados e não pensam regressar definitivamente a Portugal.
"Poucos são aqueles que mudam a sua residência directamente para Portugal. Não mudam por uma razão simples: a Segurança Social não tem nada a ver com a Segurança Social que temos em Portugal, embora as coisas tenham melhorado", explica José Trindade.
Os portugueses a viver no Luxemburgo são mais de 100 mil - um quinto da população - e continuam a chegar. Mas são precisamente estes, muitas vezes licenciados de cursos que não correspondem às necessidades do mercado de trabalho do país, que preocupam os responsáveis associativos.
O Conselheiro das Comunidades Portuguesas no Luxemburgo, Eduardo Dias, refere que o mercado laboral daquele país precisa, sobretudo, de técnicos que "percebam de ar condicionado, de aquecimento, de estradas, de construção".
Por isso, o presidente do CASA, José Trindade, deixa um conselho: esta não é uma boa altura para procurar emprego naquele pequeno país europeu.
"Não se devem meter à estrada para encontrar um trabalho, porque há muitas dificuldades no Luxemburgo para encontrar uma trabalho e um alojamento", avisa José Trindade.
Outra grande condicionante é a língua e nesse ponto todos são unânimes: quem não fala Francês dificilmente arranja trabalho. Para os empregos disponíveis, os portugueses têm que contar com a concorrência de franceses e alemães que, para mais, se mostram mais disponíveis para aceitar qualquer trabalho.
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