Os números são negros e as perspectivas também. A solução, para muitos
licenciados, passa por ir para fora do país. Portugal nunca teve tanta
gente qualificada, mas as portas para encontrar um emprego não param de
se fechar.
Senão
vejamos: a taxa de desemprego entre os jovens é mais do dobro da geral,
que está agora cifrada nos 10,9%; e só cerca de um terço é que consegue ter mais do que um contrato a termo, trabalho
a recibos verdes ou qualquer outra função pautada pela precariedade.
O que fazer para contornar as estatísticas?
Um em cada dez licenciados chega mesmo a fazer greve geral do país e emigra, revela o jornal «Público» na sua edição
desta quarta-feira.
Portugal é um país de baixas qualificações e, mesmo assim, está a deixar ir embora quem poderia
trazer mais competitividade à economia.
«O
fluxo da emigração atingiu nesta década valores só comparáveis aos do
êxodo dos anos 60 do século passado e os números só baixaram nos
últimos dois anos porque a crise também se faz sentir lá fora», escreve
o «Público». Fala-se em 60 mil saídas por ano, contra as 70 mil dos
anos 60.
Hoje
cumpre-se um dia histórico de greve geral que junta a CGTP, a UGT e
muitos portugueses. Alguns jovens qualificados, os melhores, já
arriscaram sair do país e assistem aos protestos à distância. Será que
acreditam que um dia podem voltar?
Agência Financeira, aqui.