Segunda-Feira, 13 Setembro de 2010
O
Governo moçambicano aumentou os preços da autorizações de residência,
que passam agora a custar a cada estrangeiro mais de 500 euros, contra
os cerca de 10 que custavam antes, ignorando acordos internacionais,
acuda a cônsul de Portugal em Maputo. "Estão a aplicar indistintamente
uma tabela mas há um acordo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), aprovado numa cimeira em Brasília em 2002, que diz
que cidadãos da CPLP estão isentos de pagamentos de taxas e emolumentos
no preço das autorizações de residência", afirmou à lusa Graça
Gonçalves Pereira.
A nova tabela de preços de DIRE (Documento de
Identidade e Residência), vistos e emissão de passaportes está em vigor
há já alguns meses mas só agora foi publicada no Boletim da República,
o documento oficial do governo. "Havendo necessidade de se aprovar a
tabela que fixa as taxas a cobrar pela emissão de passaporte,
autorização de residência, visto de leitura biométrica e electrónica, e
proceder à distribuição do valor resultante das respectiva cobranças",
o governo aprovou "a tabela que fixa as taxas de concessão, renovação
ou substituição do passaporte, visto e DIRE de leitura biométrica e
electrónica", diz o documento oficial, citado pela Lusa. O DIRE é o
documento que mais aumentou e o que mais afecta também a comunidade
portuguesa - cerca de 18 mil pessoas - a maior parte com residência
temporária e por isso a precisar todos os anos de renovar o documento.
Segundo a nova tabela, os DIRE precário ou temporário custam 24 mil
meticais (517 euros) e os DIRE permanentes ou vitalícios custam 30 mil
meticais (643 euros).
Graça Gonçalves Pereira acusa o governo de
Moçambique de não estar a "aplicar o acordo" que assinou em Brasília,
numa cimeira de chefes de Estado da comunidade de países de língua
portuguesa (CPLP), e que publicou em 2004. Uma autorização de
residência em Portugal custa 60 euros mas os cidadãos da CPLP pagam
apenas 30, exemplificou.
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