O
presidente da Associação de Professores de Português dos EUA e Canadá, Diniz
Borges, defendeu hoje, em Angra do Heroísmo, nos Açores, a necessidade de mais
apoio do governo ao português para melhorar o ensino da língua naqueles dois
países.
Diniz Borges considerou que esta é uma época de "grandes desafios para a
língua portuguesa" naqueles dois países, frisando que "a língua
francesa está em declínio no ensino oficial americano" e há cada vez mais
pessoas interessadas em aprender português.
Este responsável salientou, no entanto, que há falta de professores e "os
que existem precisam de formação para renovar conhecimentos".
O presidente da Associação de Professores de Português dos EUA e Canadá falava
aos jornalistas no final de um encontro com a secretária Regional da Educação,
Lina Mendes, um encontro que contou também com a presença de seis alunos
luso-americanos, os vencedores do concurso sobre a cultura portuguesa.
Neste encontro, os representantes da associação entregaram a Lina Mendes um documento
com as principais preocupações dos professores que leccionam português nos EUA
e no Canadá, países onde existem grandes comunidades de emigrantes portugueses,
nomeadamente dos Açores.
A falta de professores é um dos pontos do documento, tendo Diniz Borges
defendido que os docentes estariam "muito melhor servidos se fosse o
governo português a ter a pasta do ensino da língua no exterior".
"O Instituto Camões prometeu há duas semanas mais apoios, esperemos que
cumpra", afirmou, defendendo a necessidade de "uma política
específica para os EUA e Canadá e não uma política global de língua portuguesa,
porque há especificidades próprias".
Por seu lado, Lina Mendes considerou que a associação tem "um papel
fundamental no ensino e na estimulação para a aprendizagem do português e da
cultura", assegurando uma "relação mais estreita" para o futuro,
nomeadamente em termos da produção de materiais didáticos no quadro do
currículo regional e do plano regional de leitura.
A secretária regional da Educação revelou ainda que está em estudo a criação de
uma plataforma de ensino mediatizado, que pode ser "uma mais valia para a
formação dos professores que estão junto das comunidades", permitindo que
"não se sintam isolados e se mantenham actualizados".
Notícias Lusófonas, aqui.