As comunidades portuguesas no estrangeiro ainda têm um longo
caminho a percorrer no campo do recenseamento e participação política em
Portugal e nos países estrangeiros, avançou hoje o secretário geral da Fundação
INATEL e ex deputado pela emigração, Carlos Luís.
No encerramento da IV Convenção Mundial das Comunidades Portuguesas e abordando
a questão do recenseamento eleitoral dos emigrantes nos países estrangeiros,
Carlos Luís adiantou que "os portugueses estão pouco sensibilizados para
exercer o seu poder de voto".
Além disto, "estão pouco motivados para a eleição dos quatro deputados e do
Presidente da República", frisou, acrescentando que "as comunidades portuguesas
sempre foram enteadas na participação política dos seus países de acolhimento".
Quanto ao exercício de voto, Carlos Luís considera o voto eletrónico o "mais
fiável" porque o voto por correspondência pode vir a "traduzir-se em fraude".
Abordando o tema "Defender a história e preservar a memória da emigração", o
delegado da Associação dos Portugueses no Estrangeiro (APE) Norte, Fernando
Capela adiantou que "cada município do país devia elaborar um livro de
memórias" para preservar a história da emigração.
"Há memórias que têm de ser urgentemente guardadas, sobretudo as da década dos
anos 60",
disse.
Segundo Fernando Capela o tema das comunidades portuguesas devia ser abordado
nas escolas porque "há memórias que se estão a perder".
Existindo emigrantes de todos os distritos, concelhos e localidades de Portugal
seria importante, segundo o delegado da APE Norte, criar um museu para
preservar as memórias dos emigrantes.
Adiantando que "só se fala da história trágico marítima esquecendo a trágico
terrestre".
O presidente da Câmara de Chaves, João Batista, salientou, no encerramento da
convenção, que "é necessário criar condições para que os portugueses no
estrangeiro invistam no nosso país".
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico ***
Correio do Minho, aqui.