Margarida Luzio
O lançamento de uma estrutura para registar a memória de emigração e a criação em Portugal de uma "Cidade da Memória" ou "Casa da Memória", como existe em países como a França, Israel ou os Estados Unidos, foram duas das reivindicações saídas, ontem, sábado, da IV Convenção Mundial das Comunidades Portuguesas, que se realizou em Chaves.
"O Governo tem de pôr a trabalhar nesta matéria um conjunto de pessoas motivadas. É uma questão de vontade política e de urgência, sob pena de se deixarem morrer os actores desta epopeia que foi a emigração", defendeu o vice-presidente da Associação de Portugueses no Estrangeiro (APE), que, juntamente com a Câmara Municipal de Chaves, organizou o evento.
A participação de emigrantes na convenção foi, no entanto, muito diminuta. Durante os debates temáticos só estiveram praticamente presentes os oradores convidados. José Machado desvalorizou, admitindo que pode ter havido alguma falha na "divulgação".
"Se tivéssemos aqui mais 20 ou 30 pessoas ficaríamos satisfeitos, mas isso não nos preocupa. A ideia é reunir pequenos grupos para discutir questões técnicas e produzir um documento de trabalho que depois será levado à tutela", argumentou o vice-presidente da APE.
A questão da participação política dos portugueses em Portugal e nos países de acolhimento foi outro dos temas. A este propósito, Carlos Luís, ex-deputado pela emigração e actual secretário-geral do INATEL, disse que há ainda um "longo caminho a percorrer" e defendeu mesmo o recenseamento obrigatório.
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