Entre as instituições que ensinam o português no primário,
secundário e universitário são as escolas comunitárias que enfrentam o maior
risco de encerrar. A escola do "First Portuguese", em Toronto, e as escolas
Santa Cruz e Lusitana, em Montreal (estas duas ligadas à missão católica
portuguesa de Santa Cruz), estão entre os mais antigos estabelecimentos.
José de Barros, diretor e ex-docente das escolas Santa Cruz e Lusitana, frisou
à Agência Lusa que é grande a incerteza da sua subsistência, devido aos efeitos
da estagnação do fluxo migratório oriundo de Portugal.
Por outro lado, a falta de reconhecimento automático do diploma de conclusão de
estudos atribuído pelas escolas também não ajuda, dado que a legislação
portuguesa impõe um exame de equivalência a quem pretenda ingressar no sistema
escolar em Portugal. A constatação desta situação originou embaraços nas
escolas e levou os pais a questionarem a valia da frequência dos estudos do
Português. Em Toronto, a situação de crise face à falta de alunos não se revela
ainda tão premente, porque a dimensão da comunidade é maior e porque escolas
como o First Portuguese tentam captar os jovens para actividades
extra-curriculares.
Embora funcionem como primeiro patamar de aprendizagem da língua para boa parte
da comunidade, estas escolas, de iniciativa privada, não beneficiam de
subsídios financeiros do Governo português e há professores a queixarem-se de
falta de orientação e apoio pedagógico.
Quer em Toronto como em Montreal, estas escolas foram surgindo em várias zonas,
no âmbito de associações e de outras instituições como a Igreja, a fim de
ensinarem a língua aos filhos dos emigrantes.
As aulas são aos sábados, têm uma duração de quatro a cinco horas e aí se
leccionam língua Portuguesa e disciplinas culturais. Os pais pagam 200 dólares
canadianos (145 euros) por ano por cada aluno. No final de Março, o secretário
de Estado das Comunidades Portuguesas disse à Lusa que os Estados Unidos, o
Canadá e a Venezuela serão os próximos países a receber o Ensino de Português
no Estrangeiro, um programa que actualmente apenas existe na Europa e em três
países africanos.
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