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Luxemburgo: Um terço dos alunos portugueses reprova pelo menos uma vez
2010-05-06

A educação e o sistema de ensino luxemburguês que muitos consideram inadaptado à população escolar do Grão-Ducado é a primeira de uma série de reportagens que o CONTACTO passa a publicar a partir desta semana sobre a comunidade portuguesa radicada no Luxemburgo e os principais problemas que a afectam.

A questão não é nova, faz talvez parte do conjunto de assuntos que se discutem, dos cafés aos gabinetes, por todos os que estão no Grão-Ducado.

Para procurar algumas respostas, o CONTACTO foi falar com os membros da comunidade portuguesa, com responsáveis por instituições que conhecem de perto a realidade social do país e com pessoas que aceitaram dar o seu testemunho, embora muitas vezes de forma anónima.

Os temas focados nos textos resultantes, que se vão dividir pelas próximas edições do CONTACTO, passaram pela educação (que constitui o tema da primeira reportagem), desemprego, formação profissional, toxicodependência, sida, criminalidade, prostituição, associativismo, diplomacia, integração e discriminação.

A partir de cada uma das entrevistas, procurou-se resumir a situação actual, com o natural enfoque sobre a população portuguesa, complementando com documentação relevante e recolhendo os testemunhos reais de quem vive os problemas de mais perto.

Algumas notas e números a reter sobre esta série de reportagens, de entre fontes oficiais e da recolha junto de quem conhece a realidade no terreno: mais de um terço dos alunos portugueses reprovam pelo menos uma vez na escola primária; no liceu clássico há apenas 6 % de portugueses; mais de um terço dos portugueses fazem parte do total dos desempregados; 56 % de portugueses encontram-se em risco de pobreza; os portugueses constituem 15 % do total dos sem abrigo do país e há pelo menos 200 pessoas em miséria extrema na comunidade; perto de 40 % dos toxicodependentes são portugueses ou têm origem portuguesa; 35 % dos infectados com sida são portugueses; cerca de 15 % do total de encarcerados são portugueses; Portugal está diplomaticamente representado por uma Embaixada, um Consulado e a comunidade mantem activas cerca de uma centena de associações.

Esta é parte de um retrato dos mais de 90 mil portugueses que constituem quase metade dos estrangeiros residentes e cerca de 18 % da população total do Luxemburgo.

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