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Comunidade portuguesa nos Estados Unidos é “pouco visível” - Rui Machete
2010-05-04
A comunidade portuguesa nos Estados Unidos deve aumentar a sua visibilidade e ter “mais importância nos assuntos internos” norte-americanos. A opinião é de Rui Machete, que terminou o seu mandato de 23 anos à frente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).

"É preciso que a comunidade portuguesa nos EUA tenha maior visibilidade, maior importância nos assuntos internos dos EUA, e isso leva a que seja necessário convencer os portugueses que em princípio vão continuar a viver nos Estados Unidos a adquirirem a nacionalidade americana sem que por isso percam os vínculos que os ligam à mãe-pátria originária", alertou o presidente do conselho executivo da FLAD, numa entrevista à Lusa.
Para Rui Machete, que abandonou o cargo no dia30 de Abril, a abordagem implica novos estilos de comportamento.
"Os portugueses nos EUA investiram pouco, ou muito pouco, na educação dos seus filhos. Agora está a mudar, é já é frequente que os descendentes dos portugueses radicados nos Estados Unidos sigam para as universidades. Na sua esmagadora maioria ainda não vão para universidades de primeira, porque são muito caras, mas também já existe uma participação maior de estudantes portugueses nessas universidades de topo", afirmou.

Portugal "pouco visível"

Convencer os imigrantes "e os seus filhos e netos que já são americanos" a votarem nas diversas eleições é outras das preocupações expressas por Rui Machete, e que motivou iniciativas da FLAD junto das comunidades. No entanto, a imagem de Portugal nos Estados Unidos permanece "muito pouco visível", à excepção de alguns casos específicos.
"Em muitos estados esse percepção praticamente não existe. As pessoas ignoram pura e simplesmente a existência de Portugal. Isso não acontece nas zonas onde há um número significativo de portugueses ou luso-descendentes, que é o caso da Nova Inglaterra, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, em algumas áreas de New Jersey e na Califórnia. Já é alguma coisa, mas no conjunto dos EUA Portugal é relativamente pouco conhecido", precisa.
Rui Machete aponta para "cerca de um milhão" o número de portugueses e luso-descendentes que vivem nos EUA, com base em diversos estudos, nem sempre coincidentes.
E reconhece a necessidade de mais incentivos, incluindo entre os "poucos" membros do Congresso de origem luso-americana. "O que a FLAD gasta nos EUA é relativamente modesto, não ultrapassa um milhão de euros por ano, por isso é necessário equacionar bem as conjunções, alianças, e levar as pessoas a colaborar", enfatiza.
Na perspectiva das relações transatlânticas, Rui Machete manifesta optimismo, no rescaldo das "turbulências" registadas durante a administração de George W. Bush. "Essa turbulência atingiu a opinião pública portuguesa no sentido em que houve uma crítica, em muitos casos válida, em relação a uma política que actualmente o Presidente Obama tem modificado.
Quando foi a eleição do Obama, a imagem dos EUA, que era relativamente negativa entre os países ocidentais e asiáticos, mesmos nos mais favoráveis aos Estados Unidos, mudou radicalmente para melhor", conclui.

Mundo Português, aqui.

 

 

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